Mais de seis meses após o incêndio que destruiu o Asilo Santa Isabel, em Vacaria, a construção do novo prédio segue sem previsão de iniciar. O que trava o início das obras é a burocracia junto à Caixa Econômica Federal, responsável por repassar o valor liberado pela União. Inicialmente, estimava-se que a reconstrução começaria em setembro, prazo foi adiado para outubro e, depois, postergado para o começo deste ano. O incêndio ocorreu no dia 1º de junho e causou a morte de duas idosas.
O promotor Luís Augusto Gonçalves Costa explica que o processo de reconstrução atua em duas frentes. Os serviços de demolição da antiga estrutura e de aterramento do solo estão praticamente concluídos. Segundo ele, foi necessária a colocação de muitas cargas de terra, visto que o terreno era muito desnivelado. Este trabalho deve ser finalizado até o final desta semana.
— Em relação à parte de documentação, me comunicaram ainda ontem (terça-feira) que os projetos estão sendo ajustados para serem entregues na Caixa Econômica Federal. Acreditamos que, no máximo, na próxima semana isso aconteça e, a partir da metade de fevereiro, tenhamos atualizações mais concretas — explica o promotor.
Após a aprovação do banco, o passo seguinte inclui a abertura de uma licitação pela prefeitura de Vacaria para contratar a empresa que fará o novo asilo. A construção deve levar cerca de 10 meses. Por isso, ainda há esperança de que os idosos, que hoje moram temporariamente em duas casas no centro da cidade, tenham um lar definitivo até o fim deste ano.
A construção do novo imóvel será possível por meio de recursos vindos dos governo federal (R$ 900 mil) e estadual (R$ 500 mil, via Banrisul), além de R$ 400 mil da Câmara de Vereadores e R$ 300 mil doados pela comunidade.
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Asilo atende 35 idosos atualmente
No dia do incidente, havia 45 idosos no local. Desses, 35 seguem sob os cuidados da entidade que administra o asilo. As duas vagas que ainda restam para atingir a capacidade máxima são masculinas, uma vez que os lugares na ala feminina já estão esgotados. Segundo a assistente social do asilo, Cristiane Siota, pelo menos dois idosos foram inseridos novamente no convívio familiar e houve também mortes naturais após a mudança.
Após o incêndio, conforme a assistente social, houve um trabalho com psicólogos voluntários, mas sem necessidade de tratamento específico.
As duas casas provisórias, localizadas no bairro Fátima, foram reestruturadas para receber os moradores: receberam pintura, móveis e rampas de acessibilidade, além de um salão de festas "móvel", que poderá ser aproveitado no novo asilo.
RELEMBRE
:: O incêndio ocorreu na tarde do dia 1º de junho de 2017. As chamas foram percebidas logo após o meio-dia.
:: Havia 47 idosos no local quando iniciaram as chamas.
:: Morreram Alzira Melo dos Santos, 76 anos, e Silvonia Borre, 64.
:: O laudo fornecido pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), segundo a Polícia Civil, foi inconclusivo. Não foram determinadas as circunstâncias do início das chamas. Não houve também indícios de incêndio criminoso.