O Tribunal do Júri volta a se reunir nesta segunda-feira em Caxias do Sul para julgar Eduardo Farenzena, 31 anos, pelo assassinato do padrasto Ivandir da Silva Mairesse, 33, no dia 13 de setembro de 2011. O primeiro julgamento, ocorrido no dia 22 de setembro, foi suspenso pela Justiça em razão da insistência do Ministério Público (MP) em relacionar a possível participação de Rosmarina Silveira de Oliveira, mãe de Farenzena, 31 anos, no assassinato e na ocultação de cadáver da vítima. Rosmarina também será julgada nesta segunda, mas apenas pelo crime de falsidade ideológica, por ter feito um falso registro do desaparecimento de Mairesse.
Farenzena, que está recolhido na Penitenciária Estadual do Apanhador desde 2011, já cumpre pena de 19 anos de reclusão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Caren Brum Paim, com quem teve um relacionamento.
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Réu pela segunda vez, Farenzena alega que estava alcoolizado e agiu para se defender
No júri de setembro, o réu aceitou prestar depoimento e afirmou que estava alterado quando matou o padrasto. Após orientação dos advogados Ivandro Bitencourt Feijó e Maurício Adami Custódio, Farenzena relatou que estava alcoolizado na ocasião, por isso tinha dificuldades em lembrar detalhes do ocorrido. Ele também disse que usou cocaína na madrugada do crime, ocorrido no bairro De Zorzi no dia 13 de setembro de 2011.
— Ambos estávamos alterados. O que houve foi uma discussão, ele me agrediu e eu peguei uma faca para tentar coagi-lo. Ele continuou a me agredir, houve essa briga e eu o golpeei. Ele correu para o quarto e se debruçou sobre cama. Ele faleceu no meio da casa. Foi uma fatalidade. Um erro que eu assumo. Um momento em que estávamos fora do juízo. Pessoas alcoolizadas e drogadas não têm consciência e se alteram — disse o réu, à época, ratificando que Rosmarina não participou do crime nem da ocultação do cadáver. De acordo com Farenzena, ela só fez o falso registro do desaparecimento de Mairesse por um pedido dele. O réu ainda afirma que tinha bom relacionamento com o padrasto.
Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), Farenzena bebeu e se trancou no quarto com a mãe e o padrasto. Após, ele arremessou a chave pela janela, o que deu início a uma discussão. Com uma faca de cozinha, Farenzena esfaqueou o padrasto no rosto, no pescoço, na mão esquerda e nas costas. Após o homicídio, o réu envolveu o corpo de Mairesse com a capa do colchão e um lençol, transportou-o em seu carro e o jogou em um barranco em São Virgílio, no interior de Caxias do Sul. O quarto e o interior do carro foram lavados para ocultar o crime.