Um final de semana que seria de comemoração para a família de Firmino Caetano Gomes, 60 anos, terminou de forma trágica na noite deste sábado em Caxias do Sul. Véspera do Dia dos Pais, Gomes foi brutalmente assassinado após criminosos armados invadirem a padaria que ele mantinha na Rua Dante Francisco Zatera esquina com a Rua Aurelia de Carli Andreazza, no bairro Cidade Nova.
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De acordo com informações da Brigada Militar (BM), por volta das 20h, três bandidos armados chegaram num Corsa, entraram no estabelecimento e anunciaram o assalto. Após roubarem uma quantia em dinheiro, a vítima teria tentado segurar uns dos criminosos, que revidou e disparou um tiro contra ele. Ferido, Gomes correu para o interior da loja e tentou se proteger. Porém, foi baleado outra vez e caiu no chão do estabelecimento. Neste momento, um dos bandidos disparou mais tiro contra o idoso, que morreu no local. Somente a perícia poderá confirmar quantos tiros mataram o idoso, mas, à princípio, foram três disparos: o primeiro teria atingido o ombro, outro acertou o peito e o último, a cabeça.
A família também acredita que Gomes tenha reagido a investida dos criminosos. Conforme o filho Adriano Gomes, 37, o pai estava cansado da criminalidade: por outras nove vezes ele teve o estabelecimento assaltado. Somente neste último ano, ele já havia sido rendido por bandidos por duas vezes.
– Ele já estava indignado, cansado de batalhar e ter tudo levado pelos ladrões. Quando a loja ficava no bairro Fátima, ele foi assaltado sete vezes. Isso causa revolta em qualquer cidadão de bem. Ele só pode ter reagido, porque depois de um dia longo de trabalho chegar lá alguém e levar tudo, ele não ia deixar – conta.
Muito querido pelos clientes e vizinhos, Gomes era figura conhecida nos dois bairros que manteve a padaria: Fátima e Cidade Nova. Sempre que podia ajudava doando pães ou outros mantimentos.
– Ele era uma pessoa simples, humilde, com um coração enorme. Não merecia isso, mas o que se pode querer de um país em que bandido pode ter arma e pessoa de bem tem que ser refém? Nada. Fica um sentimento de indignação, revolta, diante de tamanha impunidade. Meu pai era nosso suporte, foi ele que nos ensinou a sermos honestos. Resta esperarmos por justiça e torcer para que nenhuma outra família sofra desta forma – desabafa Adriano.
Gomes está sendo velado na Capela Mortuária do Bairro Fátima. O sepultamento ocorre nesta segunda-feira, às 9h, no Cemitério do Rosário. Ele deixa a esposa, três filhos e cinco netos.
A polícia fez buscas pela região, mas até o momento não localizou os criminosos. Este é o o 6º latrocínio registrado neste ano em Caxias do Sul. Em todo 2016, oito pessoas foram mortas após serem vítimas de assalto na cidade.