O plantio inadequado de árvores é apontado pela Rio Grande Energia (RGE) como uma das principais causas por trás da falta de luz em Caxias do Sul. A vegetação quase sempre é cultivada muito perto da rede de energia e os galhos avançam sobre a fiação. Outro efeito é quando a planta apodrece ou cai pela força de temporais, provocando a interrupção do abastecimento por horas ou dias.
Por esse motivo, a concessionária desenvolve o programa Arborização Mais Segura, ação que já é executada em cinco municípios do Estado e visa estabelecer parcerias com poderes públicos para substituição de espécies. A proposta será apresentada nesta segunda ao prefeito Daniel Guerra e à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma).
A empresa usa como exemplo o temporal que atingiu o Estado no dia 8 de junho. Em Caxias do Sul, 80% dos chamados foram em razão de quedas de árvores sobre postes e fios. Nas 255 cidades atendidas pela concessionária, cerca de 17% das ocorrências são referentes à vegetação existente próxima à rede, que ocasiona o atrito ou tombamento sobre a fiação. Dos cera de 14 mil acionamentos mensais, em média, mais de 2 mil são relacionados a esse problema.
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Em Caxias do Sul, o índice é um pouco menor, representando 160 casos em cada 1,3 mil atendimentos. Ainda assim, a maior preocupação é com a possibilidade de que novos eventos climáticos provoquem grandes transtornos como o do início de junho.
Nas cidades onde o programa já foi implantado, árvores em situação de risco foram ou estão sendo substituídas por plantas nativas ou exóticas. Para cada nativa que seja necessária a remoção, ocorre a compensação com o plantio de novas mudas. A própria RGE fez a análise técnica da vegetação que oferece risco à distribuição de energia.
– Acredito que muitas vezes não é nem questão de falta de responsabilidade, a própria pessoa é que desconhece as espécies ou o porte que a muda vai adquirir na fase adulta – explica Fabrício Steffens, consultor ambiental da RGE.
A concessionária diz que gasta cerca de R$ 10 milhões anualmente somente no serviço de podas. Por dia, entre 60 e 70 pessoas trabalham na atividade que seria de atribuição do poder público. Contudo, esse serviço acaba sendo direcionado à RGE por envolver riscos de descarga elétrica.
O QUE FAZER
A orientação principal é que antes de qualquer plantio a Secretaria do Meio Ambiente seja consultada para verificar quais espécies são mais adequadas para serem plantadas próximas de fios elétricos.
Conforme consultor ambiental da RGE, devem ser considerados fatores como estimativa de altura da árvore na fase adulta e a medição para um distanciamento seguro das redes.
– Há uma faixa de segurança a ser respeitada relacionada à possibilidade de queda. A árvore deve ser plantada a uma distância maior do que a altura máxima que possa atingir caso viesse a tombar.
Outro risco comum é o crescimento de galhos que podem gerar o atrito com cabos e ionizar as árvores em dias chuvosos, tornando pessoas que encostem na vegetação vulneráveis a choques elétricos.
– Sempre ressaltamos que a Secretaria do Meio Ambiente ou a RGE devem ser chamadas para realização de podas. A população, por mais que pense conhecer a rede elétrica, deve se manter longe dessa atividade – complementa.
O que plantar e o que evitar
A flora brasileira apresenta mais de 500 espécies nativas e exóticas, mas, algumas árvores aparecem com maior frequência nas ocorrências de quedas e atritos com redes elétricas.
Apresentam riscos
Ligustro
Jacarandás
Tipuana
Ipê-roxo
Grevílea
Pinus Eucaliptos
Seguras
Manacá-da-serra
Primavera
Araçá
Cambuí
Contatos para consulta
Secretaria do Meio Ambiente: (54) 3901.1445
RGE: 0800 970 0900