O dono de uma tradicional floricultura de Caxias do Sul, Fernando Osvaldo Weber, 43 anos, foi morto em uma tentativa de assalto na noite de quinta-feira. O crime ocorreu na Rua Jose Bertelli, bairro Santos Dumont, por volta de 21h. Com esse caso, Caxias alcança a triste marca de 129 assassinatos em 2016, 13 a mais do que em todo o ano passado. Somente no mês de novembro, são quatro casos.
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Weber começou a trabalhar com flores muito jovem, quando assumiu aos 17 anos a administração da floricultura Guarany. Com muito talento para montar arranjos, acabou se destacando e acumulou prêmios na área, como Copa Brasileira de Arte Floral da Escola Iberoamericana, realizada na metade do ano em Florianópolis, e a Copa de Arte Floral Brasileira, competição promovida pela Academia Brasileira de Artistas Florais (Abaf).
O talento do florista era reconhecido por cerimonialistas de Caxias e da região, além de profissionais de Porto Alegre que o contratavam para decorar seus eventos, como casamentos e outras festas. Além da floricultura, Weber administrava empresa FW Flores e Decorações, onde mantinha acervo de materiais para decoração.
Na noite de quinta-feira, ele voltava para a empresa após deixar uma funcionária em casa, costume que mantinha quando o trabalho se estendia até tarde. A intenção era buscar a mulher, Rozemeri Bastos Weber, 38, e a única filha, Elisabeth, cinco, e voltar para casa. Ele estava dentro do carro, um Nissan Tiida, quando foi abordado pelos criminosos, logo ao chegar.
A vítima acabou sendo baleada no braço esquerdo, na altura do ombro, tiro que acabou atingindo o coração. Weber morreu no local e os bandidos fugiram sem levar nada.
Para a cerimonialista Caroline Polly, a morte de Weber é uma grande perda, pessoal e profissional. Eles trabalharam juntos por cerca de 15 anos e mantinham reuniões semanais.
– Vai ficar um grande vazio. Ele era um estudioso da arte floral, poucos se aprofundaram tanto quanto ele. Estar em contato com as flores era a paixão dele – recorda a amiga.
Além do trabalho, Weber sempre foi incansável em relação a causas sociais. Não negava ajuda a entidades assistenciais que pedissem sua ajuda.
– Estava presente desde festas simples de colônia a grandes eventos, com muitas e muitas flores. Ele passava calma e doçura e vivia a procissão dele 24 horas por dia. E era uma pessoa muito simples, sempre de camiseta, era um batalhador – completa Caroline.
– O coração dele era maior do que ele. Sempre ajudou, mesmo antes de se tornar uma pessoa conhecida. Era uma pessoa muito querida e preocupada com as causas sociais – lembra Maria de Lurdes Fontana Grison, a Lurdinha.
O colunista social João Pulita também se entristece com a morte de Weber.
– Sempre trabalhou muito, raramente tirava férias. Sempre colaborou com todo mundo e fez fama pelo talento, havia quem confiasse apenas no trabalho dele. Estamos muito tristes com essa perda – lamenta.
Tamanha a comoção e o número de amigos de Fernando, o velório ocorre em duas salas da capela São José, em Caxias do Sul. As despedidas ocorrem nas salas A e C. O sepultamento está marcado para as 16h de sábado, no Cemitério Público Municipal de Caxias.
Polícia Civil busca imagens de câmeras de vigilância
De acordo com a Polícia Civil, por questão estratégica o caso será investigado pela Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), porém, ainda não é possível afirmar que trata-se de uma tentativa de latrocínio.
– Definimos na manhã de hoje (sexta-feira) que ficará com a Defrec. Ainda precisamos voltar ao local do crime, coletar imagens de câmeras de segurança e localizar testemunhas. Ainda é cedo para afirmar qualquer hipótese – explica o delegado Mário Mombach.
O delegado também afirma que ainda não se sabe se Weber reagiu à investida dos criminosos e por isso foi baleado.
– A investigação já começou ontem (quinta-feira) ainda e estamos empenhados em identificar o autor do crime _ completa.