Trecho da BR-470 onde mãe e filha morreram, em Bento Gonçalves, não tem sinalização

O trecho da BR-470 onde mãe e filha perderam a vida em um acidente de trânsito na noite de domingo, em Bento Gonçalves, foi recapeado e está sem pintura. Eliana da Costa Cambruzzi, 44 anos, e a filha Leila, 14, estavam em um Gol que caiu em um barranco de cerca de 20 metros. Letícia, 26, e Patrícia, 12, filhas de Eliana e irmãs de Leila, também estavam no veículo e sofreram apenas ferimentos leves.

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O acidente ocorreu no Km 204, próximo ao trevo de acesso a Tuiuty. Segundo o policial rodoviário federal Ivonir Specht, de Bento Gonçalves, o acidente ocorreu em uma curva. Como a pista foi recapeada, há desnível com o acostamento, que não é pavimentado. O veículo, que era guiado por Letícia, trafegava no sentido Veranópolis - Bento Gonçalves quando a motorista perdeu o controle.

– Ainda não tem pintura de solo, é possível que ela tenha se perdido ao não conseguir fazer a curva. Também pode ter se assustado com o desnível e não ter conseguido voltar – supõe o policial.

O carro derrapou, capotou, colidiu em um eucalipto e desceu a ribanceira. O socorro com auxílio de Corpo de Bombeiros e Samu foi dificultado porque o terreno onde o Gol caiu é rochoso e com muitas árvores. O carro ficou com as quatro rodas para cima. As quatro ocupantes usavam cinto de segurança. A mãe, Eliana, estava sentada no banco ao lado da motorista. A outra vítima fatal, Leila, estava atrás da condutora.

Segundo o superintendente regional do Daer, Ernesto Eichler, o trecho está sem pintura porque o recapeamento foi concluído há poucos dias, executado pela empresa Traçado. A sinalização começará a ser refeita ainda nesta segunda-feira, garante Eichler. Embora a rodovia seja federal, a extensão entre os quilômetros 153 e 210, o que inclui o trecho do acidente, está sob administração do Daer. A rodovia está sendo recuperada entre Bento Gonçalves e Nova Prata, por meio do programa estadual Crema/Serra. A BR-470 foi federalizada em abril de 2015.

Comoção na escola

Alunos da escola municipal Nova Sardenha, em Farroupilha, fizeram orações e momento de reflexão na manhã desta segunda-feira, em memória da aluna Leila. A menina estudava na turma 901, de nono ano.Professora de Arte de Leila, Micheline Zeni conta que a garota levava os estudos sempre a sério e era muito criativa. A docente lembra da participação da menina na gincana farroupilha: Leila dançou, ajudou na confecção de murais e se destacou na apresentações de trovas e rimas.

– Era uma menina em geral quietinha, mas que era muito querida e tinha muitos amigos, meninos e meninas – lamenta a professora.

Conforme conhecidos, a família voltava para casa, em Farroupilha, depois de um passeio. Eles viviam na localidade de Buratti. O marido de Eliana, Darlei Cambruzzi, viajava num carro à frente com outros familiares.

Segundo Viviane Dalzochio Rostirolla, diretora da escola municipal Maria Bez Chiele, onde estudam duas filhas de Eliana, ela e o marido sempre foram muito presentes na educação dos filhos. Eliana era dona de casa e se dedicava a cuidar dos filhos.

Eliana e Leila serão veladas na capela Nossa Senhora de Fátima (Vila Razzera, Rio Buratti, terceiro distrito de Farroupilha). O sepultamento ocorre na terça-feira, às 10h, no Cemitério da Comunidade de Rio Buratti.