A instalação de prédios próprios da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) em municípios da Serra esbarra nas dificuldades financeiras enfrentadas pelo Estado. Embora tenha áreas que poderiam ser utilizadas, a direção regional do Campus II é cautelosa e prefere não arriscar prazos para construção nas cidades da região. As informações são da Gaúcha Serra.
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Em Caxias do Sul, a unidade instalada em 2002 sempre funcionou junto ao Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza. No ano passado, a transferência para uma área da Fepagro em Fazenda Souza, no interior de Caxias, chegou a ser cogitada, mas foi descartada por causa da localização fora da área central. Segundo o diretor regional do Campus II, Rodrigo Koch, a estrutura atual é suficiente para o funcionamento do único curso oferecido na cidade. São 80 alunos de Tecnologia de Alimentos que ocupam cinco salas de aula da escola. Porém, ele admite que não há condições de expandir a oferta de cursos em Caxias.
Por outro lado, a direção da escola avalia que a situação traz prejuízos para o aproveitamento do prédio. A diretora Fabiana Simonaggio diz que existe a necessidade de utilizar as salas de aula para outras atividades, como artes e laboratórios.
– Todo ano tem promessa, mas nunca saem – comenta.
A vontade de destinar o espaço utilizado pela Universidade para outras atividades se repete na Escola Estadual José de Alencar, em São Francisco de Paula. São sete salas destinadas à Uergs para uso pedagógico e administrativo em tempo integral, ocupando parte do primeiro andar do prédio. Com isso, os alunos do ensino fundamental têm de utilizar o segundo e terceiro andares. A diretora Iracema Moraes Teixeira explica que a escola gostaria de criar salas multimídia, de jogos e vídeo.
No município, a Uergs tem três cursos superiores e um mestrado. Para dar conta da demanda, utiliza à noite também nove salas de aula da Escola Antonio Francisco da Costa Lisboa. Como o espaço ficaria ocioso neste turno, a direção afirma que o funcionamento da unidade não causa transtornos. Em São Francisco de Paula, existe uma área cedida para a instalação do prédio da Uergs. A dificuldade, segundo a direção regional, é mesmo a destinação de verbas para dar sequência ao planejamento.
É também a falta de recursos que emperra a construção em Bento Gonçalves, onde existe área disponível e projeto para a construção. Neste caso, há verba de emenda parlamentar disponibilizada e, por isso, depende ainda de liberação federal. Por enquanto, a Universidade ocupa o segundo andar de um dos prédios da Escola General Bento Gonçalves da Silva. Conforme o diretor Leonildo de Moura, o colégio tem espaços ociosos e este seria mais um se não fosse ocupado pela instituição de ensino superior.
O único município da Serra em que a Uergs tem sede própria é Vacaria. É um prédio de uma antiga unidade de saúde doada à instituição de ensino. A unidade poderia ser ampliada porque a prefeitura doou uma área para uso da Universidade. Mas, sem recursos, a direção regional diz que não há prazo para que isso ocorra.