A confirmação do governador José Ivo Sartori (PMDB) a representantes da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul a respeito de investimentos na Rota do Sol (RSC-453) em seu trecho mais crítico, entre Lajeado Grande e Tainhas, deixou otimistas as lideranças caxienses. A partir de outubro, 40 quilômetros da rodovia devem passarão por revitalização semelhante àquela feita entre Caxias do Sul e Lajeado Grande no ano passado. A recuperação integrou o programa de recuperação Crema/Serra e deixou o trecho em boas condições de tráfego.
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O custo dessa nova obra será de pouco mais de R$ 20 milhões e prevê recapeamento asfáltico, sinalização e melhorias de drenagem. O valor será financiado pelo Banco Mundial, avalizado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), conforme Sartori explicou ao presidente da CIC, Nelson Sbabo.
– Saímos do encontro muito otimistas, porque o governador reuniu todos os secretários e lideranças para a discussão e nos foi apresentado o contrato com as empreiteiras que irão fazer a obra. A EGR, com a cobrança dos pedágios que assumiu, terá condições de avalizar o financiamento. Será feito um trabalho de primeira, mas que precisa esperar passar esse período de muitas chuvas – comentou Sbabo.
A licitação para a obra ocorreu ainda no segundo semestre de 2015, mas parou por falta de condições do Estado em dar garantias financeiras ao Banco Mundial à época. De acordo com a 15ª Superintendência Regional do Daer, sediada em São Francisco de Paula, o projeto do restauro passa por adequações para atualização dos serviços necessários. A previsão é de que o trabalho leve oito meses para ficar pronto.Apesar de festejado, o anúncio da revitalização da Rota do Sol não representa o fim das cobranças de Caxias do Sul para a rodovia. Embora já exista uma conformidade de que o sonho do duplicação ficará para um futuro mais distante, a CIC ainda cobra terceira pista em diversos pontos de tráfego intenso.
– A duplicação da Rota do Sol é um sonho que temos, mas entendemos que o Estado tem demandas mais urgentes para as estradas e esse não é o momento para se pensar sequer no projeto, que seria o pontapé inicial. O que colchoamos na mesa e esperamos solução é a construção de terceira pista em diversos trechos, nos dois sentidos, devido ao grande volume de tráfego de caminhões na estrada. São eles que trancam o fluxo – explica Sbabo.
Até outubro, apenas tapa-buracos
Enquanto o início do restauro da Rota do Sol entre Lajeado Grande e Tainhas não inicia, condutores precisarão ter cuidado com os buracos na pista, fruto do excesso de peso que passa diariamente pela rodovia, principalmente em cargas de madeira. De acordo com o Daer, até outubro serão feitas apenas manutenções periódicas, um eufemismo para "tapa-buracos". Na última semana, a reportagem do Pioneiro percorreu a Rota e constatou que a situação do trecho é precária e perigosa, em contraste com as boas condições em que se encontra a parte que recebeu as obras do Crema/Serra ao longo do ano passado. Embora uma equipe do Daer estivesse na estrada tapando buracos, os próprios trabalhadores reclamam que o material utilizado é pouco consistente, o que atrapalha o serviço.
– A gente passa a tarde trabalhando, mas se à noite chove, os buracos abrem. Aconteceu isso semana passada, quando choveu muito. Essa mistura (de brita e emulsão asfáltica) só quebra um galho até a próxima chuva mesmo – declarou um auxiliar de obras.
Proprietária de um armazém próximo ao trevo da Várzea do Cedro, que liga a Rota do Sol à ERS-110, Clarinda Dahm, 62 anos, conta que ela e o marido, que tem um caminhão-guincho, diariamente precisam prestar socorro a algum motorista que teve roda ou pneus danificados na estrada:
– De dia, os motoristas até conseguem enxergar os buracos. Mas à noite e em dias de chuva e neblina, principalmente, a estrada fica muito perigosa. Para resolver isso, só recapando o asfalto, porque parece que tapam com cuspe – reclama.