A rotina está normalizada na escola estadual Apolinário Alves dos Santos em Caxias do Sul. O colégio foi o primeiro da cidade em que parte dos alunos fechou livros e cadernos e ocupou o prédio com colchões e cobertores, movimento para cobrar atitudes do governo estadual. Nesta quinta-feira, os cerca de 1,1 mil alunos voltaram às aulas. Em toda a cidade, duas escolas ainda têm ocupações. No Cristóvão de Mendoza as aulas são normais, apesar de um dos prédios ainda estar bloqueado por estudantes. Já no Aristides Germani, as atividades seguem paralisadas.
Leia mais:
Estudantes anunciam desocupação de escola em Caxias, com ressalvas
Pais favoráveis ao retorno das aulas invadem escola ocupada em Caxias
Estudantes mantêm ocupações em escolas do RS e na Assembleia
Alunos recebem prazo de 48 horas para desocupar escolas de Caxias
Com barra de ferro e corrente, homem agride aluno de escola ocupada
Neste primeiro dia de retomada no Apolinário, os professores retomaram conteúdos que eram trabalhados antes da interrupção das aulas, no dia 18 de maio. Na turma 20, de segundo ano do ensino fundamental, a professora Carine Gheno revisou assuntos como contas de adição e subtração.
– Também conversamos com o alunos sobre o que aconteceu (a ocupação). É um momento de retomada, de revisão – aponta a docente.
Confira as últimas notícias do Pioneiro
Entre os alunos, a sensação é de que um longo período de férias encerrou.
– Eu estava com saudade da profe – diz Larissa Capellini Maciel, sete anos.
Direção e professores agora trabalham para rever o calendário de aulas, já que os alunos ficaram quase um mês sem ir para a escola. O primeiro trimestre, por exemplo, teria encerrado no dia 25 de maio. Assim como outros colégios onde ocorreu interrupção das atividades, os dias perdidos terão de ser recuperados. De acordo com a 4ª CRE, cada instituição precisa cumprir ao menos 200 dias letivos – para o ensino fundamental são 800 horas/ aula anuais, e para o médio, 1 mil. Todo o trabalho administrativo está atrasado.
Apesar da orientação de que todos os pais enviassem os filhos para a escola nesta quinta, algumas faltas foram registradas no turno da manhã, quando estudam os jovens do ensino médio. À tarde, horário em que estudam os menores, praticamente não ocorreram ausências.
No final de maio, o pai de uma aluna do 1º ano se envolveu em um caso polêmico: Gilberto Freitas Couto, 30, pediu a volta das aulas e agrediu um aluno com uma corrente. O caso é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que aguarda o resultado de exame de lesões no estudante. Couto transferiu a filha para outro colégio.
Ensino
Duas escolas ainda têm ocupações de alunos em Caxias do Sul
Na Apolinário Alves dos Santos, aulas foram retomadas nesta quinta-feira
Pioneiro
GZH faz parte do The Trust Project