Apesar de cinco mortes por gripe A já terem sido confirmadas neste ano em Caxias do Sul, a expectativa da secretaria municipal da Saúde é de que o número de casos da doença diminua, apesar da aproximação de uma onda de frio. O motivo é a imunização de 115 mil pessoas, trabalho que encerrou no último dia 2. O município não receberá mais vacinas e a orientação é a mesma para quem tomou ou não o medicamento: manter os cuidados de prevenção. O caso mais recente de óbito na cidade foi confirmado na terça-feira: a vítima é um homem de 57 anos que tinha diabetes, portanto integrava os grupos de risco.
– A gente espera que diminua, porque temos 115 mil pessoas vacinadas. É um número bem expressivo – avalia a gerente da Vigilância Epidemiológica em Caxias, Juliana Argenta Calloni, acrescentando que o Tamiflu está disponível para ser receitado em casos suspeitos de gripe A.
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A chegada do inverno no dia 20, que costuma causar o pânico de aumento de casos, não vai aumentar a potência do vírus que já está em circulação, garante a presidente da Sociedade Gaúcha de Infectologia e do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia, Lessandra Michelin. Ela lembra que as gripes são doenças associadas não ao inverno, mas ao confinamento. Ou seja, com o frio a tendência de manter ambientes fechados e pessoas mais próximas aumenta, o que contraria as orientações de prevenção. O vírus pode ser transmitido a 50 centímetros da pessoa infectada, exemplifica.
–Ficamos mais suscetíveis, porque convivemos mais com as pessoas. Há lugares no nordeste em que a gripe é mais comum em períodos chuvosos, porque os lugares ficam mais fechados – aponta Lessandra.
A explicação para o vírus se tornar menos comum à medida em que o frio diminui é de que ele precisa de ambiente para se reproduzir, condição mais comum nos lugares fechados proporcionados pelo inverno.
– No calor ficamos em ambientes mais abertos, lavamos mais as mãos – acrescenta Lessandra.
Mesmo quem foi vacinado pode contrair gripe A, porque a imunização é de 85%, lembra a gerente da Vigilância Epidemiológica em Caxias:
– A vacina não faz milagre.
Previna-se:
:: higienize as mãos com água e sabão
:: evite tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies
:: use lenço de papel descartável*proteja com lenço a boca e nariz ao tossir ou espirrar
:: evite aglomerações e ambientes fechados
:: mantenha o ambiente arejado
::pratique exercícios físicos
:: durma bem
:: se alimente bem, com frutas, vegetais e alimentos enriquecidos com vitaminas e fibras
:: ingira pelo menos de oito a 10 copos de água por dia
:: não compartilhe talheres, copos e outros objetos de uso pessoal
Região soma 15 casos
Além das cinco mortes de Caxias, outras ocorreram em sete cidades da região. Garibaldi confirmou o primeiro óbito na segunda-feira: a vítima é uma mulher de 35 anos que morreu no último sábado. A paciente deu entrada no Hospital São Pedro no dia 16 de maio. No dia seguinte, ela foi transferida para a UTI do Hospital Pompéia, em Caxias do Sul, mas não se recuperou.
Com a suspeita da doença, o material para análise foi colhido e o resultado positivo, do Laboratório Central do Estado, foi emitido no último dia 30. A vítima não foi vacinada e não tinha fatores de risco associados.
Também ocorreram mortes em Canela (2), Farroupilha (1), Flores da Cunha (1), Gramado (1), Nova Petrópolis (1) e Vacaria (3)