Desenvolvedores de softwares, analistas de Big Data, de segurança da informação e de blockchain, gestores de inovação, desenvolvedores de dispositivos wearables e por aí vai. Essas são apenas algumas das profissões que veremos cada vez mais daqui para frente. Sem contar as novas que irão surgir.
O que todas elas têm em comum? A 4ª revolução industrial, que não é mais novidade, mas já está em pleno funcionamento no mercado de trabalho. O desenvolvimento da rede 5G, da nanotecnologia, da IoT - Internet das Coisas e da AI - Inteligência Artificial são apenas algumas das tecnologias que exigem profissionais capacitados para encarar desafios que não são mais promessas, mas realidade.
Nesse cenário, os cursos de tecnologia vêm ganhando cada vez mais espaço no país, sendo inclusive o pontapé inicial para carreiras muito promissoras e com ótimos rendimentos.
Cursos de tecnologia no Brasil
Os centros de tecnologia e inovação das universidades têm procurado se especializar para atender as demandas do mercado de tecnologia, formando profissionais capazes de atuarem com dados e gestão da informação.
Segundo levantamento da startup de recrutamento Revelo, entre setembro de 2020 e março deste ano, a média salarial dos profissionais de tecnologia cresceu em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, capitais em que a média passou de R$ 6.020,41 para R$ 9.364,21, uma valorização de 55,5%.
Para o coordenador dos cursos de Engenharia da Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Ciência da Computação do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), Leandro Prux, esse é um mercado que tem a necessidade imediata de contratação, por isso os cursos tecnólogos têm ganhado uma certa adesão, já que são de curta duração.
"Os cursos de TI - Tecnologia da Informação, têm tido grande relevância, principalmente na questão das necessidades atuais que o mundo tem demandado, como centros de inovação, mobilidade urbana, gestão inteligente de recursos, RPAs - Automação Robótica de Processos e Hiperautomação, por exemplo", aponta Leandro.
Para quem deseja entrar nesse mercado promissor, o líder do Grupo de Inovação e coordenador do Projeto de Parcerias da FSG, Prof. Vinícius Colombo Sonda, dá a dica sobre o tipo de perfil que a área exige: “inovador, dinâmico e com o desejo incansável de aprender coisas novas. A área de tecnologia se renova diariamente e o profissional deve estar sempre antenado às novidades. Nossa área tem papel cada vez mais estratégico e decisório nas organizações. Além de desenvolver suas habilidades técnicas, o aprimoramento de suas soft skills são fundamentais para o seu crescimento e sua atuação nesse cenário”.
As soft skills são habilidades que dizem respeito à forma como a pessoa se expressa emocionalmente e ao seu comportamento social. Têm ligação com a sua personalidade, como comunicação, organização, flexibilidade e empatia. Ou seja, são habilidades que não são puramente técnicas, mas relacionadas a como colaboramos com os outros e nos comunicamos.
Apesar de serem capacidades subjetivas, que não dependem da formação técnica, também são competências necessárias para atuar nesse mercado e que merecem atenção de quem pretende ter sucesso nessa área.
Leandro entende que o perfil necessário para atuar na área de tecnologia não é muito diferente dos perfis exigidos pelas demais profissões, mas destaca que ter boa comunicação, proatividade, ser autodidata e querer inovar são características bastante relevantes para atuar nesse mercado.
Cursos de tecnologia na Serra Gaúcha
Vinícius comenta que “a área de tecnologia em nossa região é uma das mais fortes e promissoras do Brasil. Temos diversas empresas que são referências em seus nichos de mercado e ótimas iniciativas alavancadas pelos mais diversos atores da região, entre eles Trino Polo, HDI-RS e Habit - hub que busca reunir todos os movimentos da nova economia em Caxias do Sul”.
Além disso, no cenário de pandemia, a área cresceu e se qualificou ainda mais, fortalecendo sua importância nas organizações. “O profissional de TI não é mais só a profissão do futuro, mas a profissão do presente. Os próximos anos tendem a ser cada vez melhores e o mercado vai precisar de profissionais altamente capacitados”, destaca Vinícius.
Leandro reforça que "a área de tecnologia na serra gaúcha sempre foi necessária, tornando-se mais relevante a partir dos anos 1990, quando diversas empresas de tecnologia surgiram com produtos voltados para atender demandas e necessidades das indústrias locais".
O professor também recorda que foi em meados dos anos 2000 quando surgiu o Trino Polo, congregado com o poder público, que investiu no potencial de desenvolvimento do setor de TI em Caxias do Sul e região, o que levou ao aumento da capacidade e da competitividade internacional das micro, pequenas e médias empresas de informática na cidade. A região ainda conta com Associação das Empresas do Polo de Informática de Caxias do Sul - AEPOLO.
Daqui para frente, Leandro acredita que "a ideia principal é fortalecer o ecossistema de inovação da região e desenvolver soluções e projetos, de forma colaborativa, em que a associação participativa e o desenvolvimento do material humano são peça-chave para o fomento da evolução e continuidade da TI e da nova economia como um todo".
Cursos de tecnologia na FSG
O líder do Grupo de Inovação da FSG também ressalta a visão da instituição de ensino sobre esse mercado: "inovar não está só em criar um produto ou um ambiente, mas na nossa capacidade de inovar nos relacionamentos e no modo como nos comunicamos e nos conectamos com a comunidade da qual fazemos parte. Desse modo, as iniciativas inovadoras têm espaço para circular em todos os ambientes em uma grande rede de cooperação e colaboração. Assim surgem as parcerias da FSG, por meio de um leque de possibilidades de diálogo e da sinergia com as empresas da região em que atua, beneficiando diretamente a comunidade."
Para além dos vislumbres de um mundo cibernético e altamente evoluído e futurista, a área de tecnologia precisa passar, antes de tudo, por um profundo entendimento humano. Tem a ver com a forma como nos relacionamos, com a observação do ambiente em que vivemos e como podemos cooperar para tornar o mundo um lugar melhor para todos, seja com produtos práticos e fáceis ou com soluções sustentáveis, por exemplo, que ajudarão a manter a própria vida em nosso planeta.
Com essa visão macro em mente, se torna muito necessário que as instituições de ensino realizem conexões com as empresas atuantes no mercado, a fim de inserir os alunos dessa área na realidade da área, bem como aproximar as empresas do ambiente de pesquisa acadêmico. Assim, um contribui para o outro e todos ganham.
Nos 10 cursos de tecnologia existentes na FSG, Leandro destaca como diferenciais um corpo docente formado por mestres e doutores, sendo que 80% trabalham em alguma empresa da área ou possuem uma empresa de tecnologia, o que colabora para que a abordagem seja sempre atual e que as aulas sejam conduzidas com "conhecimento de causa".
A área de tecnologia da universidade também conta com um acervo de livros constantemente atualizado e com um Centro de Tecnologia e Inovação, que está totalmente integrado aos demais cursos da instituição e também oferece laboratórios com equipamentos de última geração, o que permite que aulas práticas aconteçam.
“Grande parte das atividades buscam estabelecer o link entre os conceitos e a prática. A prática por sua vez, se mostra muito mais atrativa aos alunos, o que facilita a compreensão e o aprendizado”, observa Leandro.
A importância das parcerias entre empresas e cursos de tecnologia
Outro ponto muito importante para permitir uma formação plena nesse mercado são as parcerias que as instituições de ensino fazem com as empresas da região que já atuam com tecnologia. Essa troca entre academia e mercado de trabalho dá aos alunos uma capacitação ainda maior para se destacarem na profissão.
Vinícius conta que a FSG fechou, recentemente, parcerias com a Metadados, Mercosul Motores Elétricos, Supermercados Andreazza e NL Informática. "Dentro da gama de interações e conexões que o projeto de parcerias propõe, destacam-se: troca de informações profissionais em eventos organizados pela FSG e pela empresa parceira, interações acadêmicas como estudos de caso, grupos de pesquisa e desafios colaborativos, visitas técnicas, utilização de espaços e serviços da FSG, cursos in company e campos de estágios. Esses relacionamentos trazem a possibilidade de novos projetos de capacitação de profissionais e desenvolvimento de tecnologias alinhadas às necessidades das empresas".
As empresas que desejarem fazer parte de uma parceria como essa podem entrar em contato com o Vinícius ou com o professor Fabio Teodoro Tolfo Ribas pelo e-mail projetos@fsg.edu.br. Ambos coordenam o projeto de parcerias. Eles apresentam a proposta da instituição e levantam as sinergias entre as organizações.
RPA Factory: curso gratuito para formar desenvolvedores RPA
Fruto dessas parcerias, merece destaque o projeto da FSG com a equipe de Negócios Digitais das Empresas Randon: “o projeto RPA Factory tem por objetivo a capacitação e a formação de profissionais no desenvolvimento de demandas de RPA. Essa tecnologia, atualmente muito demandada pelo mercado, consiste na automatização de processos de negócios pelo uso de robôs virtuais, capazes de capturar, interpretar e manipular dados de acordo com a necessidade. A automação robótica de processos proporciona a melhoria desses processos nas empresas, reduz custos, elimina repetições, aumenta a confiabilidade e permite entregas muito mais otimizadas”, explica Vinicius.
Para destacar a importância de oferecer esse tipo de curso, de acordo com o Gartner, 90% das grandes companhias do mundo terão adotado iniciativas em RPA até 2022. A capacitação, que começou em agosto e vai até dezembro de 2021, é gratuita. Foram oferecidas 10 vagas para alunos selecionados e regularmente matriculados nos cursos de Engenharia da Computação, Ciência da Computação e Análise e Desenvolvimento de Sistemas da FSG e 10 vagas para qualquer funcionário das Empresas Randon com interesse na área, buscando se desenvolver ou fazer uma transição de carreira para a área de programação.
O curso diferencia os alunos dos demais profissionais da área por certificá-los nesta tecnologia. Stefanie Miranda de Farias, que atualmente trabalha como assistente administrativo, mas está cursando Análise e Desenvolvimento de Sistemas na instituição, revela que é uma área que não conhecia, mas tinha vontade de aprender: “o contato com pessoas que trabalham na área é uma grande experiência, aprender a trabalhar com uma plataforma com o auxílio de pessoas que atuam diariamente com ela é algo muito bom e agradável”.
A aluna do curso de RPA também destaca que, inicialmente, achava que era muito complexo programar as tarefas que os robôs faziam, mas o curso tem mostrado que não é algo tão difícil, basta ter atenção, além de ser muito gratificante fazer a programação e depois vê-la funcionando. “Eu descobri uma área da tecnologia que não sabia que gostava e o que eu tenho aprendido pode ser aplicado em várias outras áreas. Só tenho elogios e agradecimento por ter essa oportunidade de aprendizagem!”.
Henrique Postalli Passarin, suporte de TI na CDL Caxias e estudante de Engenharia da Computação na FSG, também conta que "o RPA é uma ferramenta em constante ascensão, muito interessante para qualquer profissional de TI conhecer, além de ser uma ferramenta que vai agregar muito na empresa onde trabalho".
Para participar do processo seletivo do curso, os candidatos só precisavam ter inglês básico e noções de raciocínio lógico.