Era por volta das 23h de domingo (11) quando o morador de Garibaldi, Gabriel Poletto, 22 anos, estava voltando para casa. Ao passar pela Rua Buarque de Macedo, no bairro Alfândega, em Garibaldi, o jovem se deparou com uma cena inusitada: um tamanduá caminhava pela rua.
Surpreso com o encontro, o rapaz parou o carro no meio da via para deixar o animal passar. Poletto também aproveitou a oportunidade para registrar a cena, que segundo ele, jamais tinha visto.
— Encontrei o tamanduá em frente ao cemitério do bairro. Ele foi caminhando devagar até entrar em um matinho ali perto. Moro aqui a vida inteira e nunca tinha visto esse bicho — conta.
O animal em questão é um tamanduá-mirim, espécie nativa da região e que vive na área da Mata Atlântica. Conforme o médico veterinário responsável técnico pelo zoológico da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Gabriel Guerreiro Fiamenghi, a espécie dificilmente é vista porque tem hábitos noturnos.
— Esse animal vive nas árvores, onde permanece durante o dia. Então, é comum que se movimentem na noite. É possível notar no vídeo que, quando o tamanduá vai para o chão, ele se torna mais lento. Por isso, os casos de atropelamentos e ataques de cães são tão frequentes — explica.
Para Fiamenghi, possivelmente o animal usou a rua como corredor de passagem para chegar na área de mata próxima. O veterinário acredita que ele esteve em busca de formigas ou cupins, insetos que servem de alimento, ou de uma parceira para reprodução, já que o período da primavera se aproxima.
O veterinário alerta que em situações como a do vídeo, o ideal é que as pessoas não se aproximem do animal. Caso ele esteja ferido, o indicado é acionar as forças de resgate.
— Nunca se deve fazer o manuseio de um animal silvestre. Além da possibilidade de ele atacar, os humanos podem passar ou contrair doenças dessas espécies. Observe de longe e, se notar que ele precisa de ajuda, chame o serviço de proteção à fauna.