Servidores da prefeitura de Caxias do Sul realizaram uma nova vistoria às áreas de risco no bairro Galópolis. A partir dessa observação será possível elaborar um parecer técnico para o caso da necessidade de demolição de imóveis. O desmonte total ou parcial será definido em casos específicos, como na Rua José Casa, onde algumas moradias podem ser classificadas como de "risco iminente de caráter público", conforme define o Código Municipal de Edificações (Lei Complementar 636/2020).
Desde o final de maio, um relatório técnico elaborado pela equipe da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), em parceria com o Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ), indicou 47 residências que devem permanecer interditadas em Galópolis e na Vila São Pedro, em Vila Cristina. Ao todo, 33 residências em Galópolis e, 14 em Vila Cristina, estão em área considerada de risco residual. Esses imóveis devem permanecer interditados enquanto não forem adotadas medidas de contenção e estabilização.
A inspeção desta quinta-feira (27) foi acompanhada pelo secretário do Meio Ambiente, Daniel Caravantes, pelo diretor de Gestão Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente (Semma), geólogo Caio Torques e pelos arquitetos da Secretaria Municipal do Urbanismo (SMU), Fabrício Müller Caldeira e Paulo Rogério De Mori, também responsável pela Comissão de Vistoria de Interdições e Demolições.
De acordo com o secretário Daniel Caravantes, foram vistoriadas três ruas: José Casa, José Comerlato e Antônio Chaves.
— Vistoriamos algumas áreas para ver a situação de algumas casas que, eventualmente, possam estar ocasionado risco público e risco de desabamento, as quais serão solicitadas à Defesa Civil que notifique os proprietários e que encaminhe o processo para a Comissão Específica junto a SMU, que irá avaliar a necessidade ou não de demolição — detalha Caravantes.
Estudo geológico e geotécnico
Além das vistorias diárias no bairro, a prefeitura também está em fase de contratação de estudo geológico e geotécnico para analisar determinadas áreas do bairro. O estudo será dividido em duas etapas. Na primeira, será realizado um mapeamento das áreas onde aconteceram os deslizamentos para identificar o tipo de acidente e os motivos para terem sido registrados. Nessa fase do estudo será feita ainda uma análise de geologia e hidrologia e, posteriormente, a apresentação de projetos para contenção e estabilização das áreas de risco.
Na segunda etapa será feito um levantamento geotécnico de todo o bairro, com sondagens e análises de rochas e do solo. Também está planejado traçar o perfil completo do bairro para reconhecimento de encostas. O estudo buscará compreender os riscos associados ao Arroio Pinhal para evitar enxurradas. Os pontos de maior atenção do bairro são a Rua José Casa, Rua José Comerlato, Rua Antônio Chaves e trechos da BR-116.
O estudo completo deve ser entregue em até cinco meses, após a contratação da empresa responsável, diz a prefeitura.