As investigações da Polícia Civil sobre as duas mineradoras de criptomoedas de Canela encerraram nesta sexta-feira (28), com o indiciamento do casal responsável pelas estruturas. Conforme o delegado de polícia Vladimir Medeiros, o homem segue no Presídio Estadual de Canela e a mulher foi liberada após decisão do Poder Judiciário. O indiciamento é pelos crimes de furto de energia e porte ilegal de arma.
Na semana passada, operações da Polícia Civil para o combate de fraudes descobriram duas mineradoras de moedas digitais em uma casa no bairro São Lucas e em um sítio da Linha São Paulo, em Canela.
Na ocasião, o casal indicado como responsável foi preso em flagrante e três armas de fogo foram apreendidas. Eles não tinham histórico policial.
Nos locais mencionados, os agentes encontraram 600 máquinas utilizadas na mineração de criptomoedas. Os computadores, avaliados em R$ 6 milhões, operavam ininterruptamente por meio de uma ligação irregular na rede de energia elétrica.
A concessionária RGE estima que o consumo de luz não pago nos dois endereços tenha sido de R$ 2 milhões. A suspeita é que as mineradoras operavam na casa e sítio cometendo essa ilegalidade há mais de um ano.
A mineração de criptomoedas por si só não é considerada crime, já que as moedas digitais não são emitidas ou controladas por governos ou bancos. No entanto, a forma como a ação foi realizada em Canela caracteriza ação ilegal pela sonegação da energia elétrica.
Sobre o termo utilizado para a função, em uma analogia à extração de ouro, a mineração de criptomoedas é a forma como esse dinheiro digital é "garimpado" por computadores superpotentes. A atividade, que vem se tornando cada vez mais competitiva, exigindo investimentos em maquinários mais avançados, também recebe críticas em razão de impactos ambientais, como o alto consumo de energia elétrica.
A transação com essas moedas é feita entre os agentes que as detêm, de forma totalmente online. Há diferentes tipos de criptomoeda — o bitcoin é a mais conhecida.