O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) abriu um processo de licitação para contratação de empresa especializada na elaboração de estudos e projetos para a duplicação da BR-470, entre Nova Prata e Bento Gonçalves, na Serra. A previsão é de investimentos em um trecho total de 61,5 quilômetros, entre o entroncamento da rodovia com a RS-441, em Nova Prata, e se estendendo até o cruzamento com a RS-444, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Ao todo, o trecho também passa pelos municípios de Veranópolis e Vila Flores.
O custo da contratação está estimado em R$ 6,9 milhões e as propostas devem ser conhecidas em 22 de janeiro deste ano. Estão previstos estudos preliminares de traçado, tráfego, topográfico, além de levantamentos ambientais, assim como a elaboração dos projetos básico e executivo, com todas as ações a serem realizadas no local. Os resultados deverão ser apresentados pela vencedora em um ano após a assinatura do contrato. A partir desse levantamento é que, futuramente, o órgão poderá dar sequência aos trâmites para contratação das obras de melhorias no trecho.
Além dos 61,5 quilômetros de pista simples a serem duplicados, nos dois sentidos, o projeto prevê outras intervenções na rodovia, como 18 quilômetros de novas vias marginais, oito quilômetros de faixas adicionais, a maior parte no trecho entre Veranópolis e São Valentim do Sul. Outro investimento previsto é a implantação de cinco passarelas para a travessia de pedestres, todas elas no trecho entre Nova Prata e Veranópolis.
Na prática, o trecho fica em pontos de subida e descida da Serra e foi federalizado nos últimos anos. O Dnit reconhece que o local apresenta relevo com muitas curvas, variações de largura e também de acostamento. Outro fator destacado são as travessias urbanas, que causam restrição direta ao tráfego de longa distância. Neste ponto, segundo o Dnit, a pior situação de travessia urbana se dá em Bento Gonçalves e Veranópolis, onde o tráfego de longa distância se conflita com o trânsito urbano.
Na descida da Serra, por 11,5 quilômetros até a ponte sobre o Rio das Antas, o Dnit relembra que não existem acostamentos, as terceiras faixas existentes não compreendem toda a descida e há pontos com ocupação da faixa de domínio por comerciantes.
A chegada e saída da ponte sobre o Rio das Antas se dá em curva fechada, local com problemas de deterioração na estrutura e está com restrição de tráfego quanto ao peso. A plataforma é de pista simples, sem acostamentos nem passeio. Após a saída da ponte, inicia-se a subida da Serra por cerca de 16 quilômetros.
O avanço na duplicação da BR-470 é uma demanda antiga dos municípios da Serra e, segundo o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira (PSDB), pode permitir o avanço no desenvolvimento dos municípios da região.
— Acho que é um avanço muito importante. Atualmente, a BR-470 está sobrecarregada, com uma estrutura muito aquém do que o município de Bento Gonçalves merece. É a principal via de escoamento da produção da cidade, que liga com Porto Alegre, com o norte do Rio Grande do Sul e com São Paulo. Vai ser um desafio muito grande, que vamos precisar passar, porque estamos falando de um trecho que é subida e descida da Serra, com muitos obstáculos — afirmou.
O prefeito de Nova Prata, Alcione Grazziotin (MDB), também comemorou o avanço nas tratativas que visam a duplicação da rodovia e projetou os desafios quando a obra puder ser realizada.
— Sem dúvida, é uma grande notícia para a nossa comunidade. Vai permitir melhorar o tráfego da nossa cidade com outros grandes municípios da Serra, reduzindo acidentes também. Sabemos que é um etapa de contratação de estudos, mas, quando a obra vier a ser realizada, exigirá um grande esforço da comunidade, uma vez que vai provocar impactos — destacou.
O que será contratado:
- Empresa será responsável por estudos de estudos e projetos básicos para implantação, pavimentação e adequação da rodovia.
- Inclui estudos de traçado, tráfego, estudo topográfico, estudo geotécnico, geológicos, hidrológicos e levantamento ambiental.
- Além de projetos geométricos, terraplenagem, drenagem, pavimentação, contenções, passarelas, desapropriações, iluminação, paisagismo, entre outros.
- O investimento será de R$ 6,9 milhões e prazo de um ano para entrega dos estudos.