Claro que praias como Arroio do Sal, Curumim e Torres estão entre as preferências dos caxienses para as férias entre dezembro e janeiro. No entanto, muitos também tem optado por outros destinos, como o Nordeste brasileiro, as cidades dos Estados Unidos, a paradisíaca Punta Cana, na República Dominicana, e o Rio de Janeiro despontando entre as buscas.
E, para aproveitar com maior tranquilidade esse momento tão esperado durante o ano, a busca foi antecipada. O agente de viagens da Saltur Viagens e Turismo, Jonatan Matos, disse que os clientes que se organizaram e compraram os bilhetes com um período de até 90 dias antes do embarque economizaram bem mais do que aqueles que deixaram para a última hora.
— Nós tivemos recordes de emissões em vários meses no setor do lazer (das viagens), e isso realmente é um reflexo do turismo reprimido na pandemia. Esse ano as pessoas tiraram do papel e colocaram em prática os planos de viagem, por isso que muita gente comprou antecipado — apontou Matos.
Essa movimentação apontada por ele segue uma tendência percebida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Conforme o órgão federal, pela primeira vez em quatro anos, a movimentação de passageiros na aviação civil superou os 100 milhões entre janeiro e novembro. Foram mais de 83 milhões de passageiros em voos domésticos e outros 19 milhões com viagens internacionais.
Matos disse que na Saltur os destinos nacionais mais buscados pelos caxienses foram Porto Seguro, Rio de Janeiro e Porto de Galinhas. Já aqueles que preferiram ir para fora do Brasil escolheram, principalmente, Miami e Orlando, nos Estados Unidos, e Punta Cana.
— Porto Seguro é a porta de entrada do Nordeste, principalmente de quem nunca viajou (para o Nordeste) e está procurando um preço acessível. E também pela facilidade de visitar vários destinos famosos em uma viagem só. Por exemplo, consegue conhecer Trancoso, Arraial d'Ajuda, Caraíva e Praia do Espelho. Punta Cana (é) pelo preço, tem custo-benefício bem interessante porque é um destino onde só tem resort all inclusive (com todos os atrativos inclusos no valor do pacote).
Na Gazzola Travel, agência especializada em viagens para os Estados Unidos, o movimento também foi intenso. Conforme o diretor Marcelo Gazzola, os clientes também se anteciparam na busca pelos destinos agora entre dezembro e janeiro. Orlando, Nova York e a Califórnia foram os locais mais procurados.
— Nova York pelo final de ano, muitas pessoas têm curiosidade de passar o Natal e Réveillon em função da neve, do tradicionalismo americano da Times Square, tem toda uma festa de final de ano que o pessoal acaba buscando por ser bonita — contou o diretor da Gazzola Travel.
Já nos destinos nacionais, ele viu uma busca acentuada por Fortaleza, Maceió e Salvador, três das principais cidades do Nordeste.
— Em função do calor, as pessoas querem pegar uma praia. E, ao invés de irem nas praias daqui do Rio Grande do Sul, algumas famílias preferem fazer uma viagem um pouco maior, gastar um pouquinho mais e ficar em um resort all inclusive que tem no Nordeste por toda estrutura que oferecem.
Natal e Ano-Novo em Nova York
Ao lado de quatro amigos, o advogado caxiense Patrick Mezzomo, 38 anos, está vivendo o final de ano de uma maneira diferente, e que de certa forma representa o sonho de muitos brasileiros. É que desde o dia 21 de dezembro ele está nos Estados Unidos curtindo as férias.
O passeio foi montado de forma detalhada, com roteiros em Nova York, Filadélfia, Boston e Washington. O Natal, que também marca o aniversário do advogado, foi em Nova York, assim como será o Ano-Novo. Mezzomo, que já foi para os Estados Unidos em outros anos, disse que esse ano o movimento está diferente, mais intenso:
— Eu vim para cá em outubro do ano passado e não tinha tantas pessoas, agora me parece que retomou bastante a movimentação. Encontramos muitos brasileiros em todos os lugares que fomos, além de turistas do resto do mundo. Me parece que teve um crescimento bom no turismo.
Mesmo com todo esse movimento acentuado, Patrick Mezzomo disse que as passagens aéreas estão mais caras. Ele, que retorna para Caxias do Sul no dia 5 de janeiro, ressaltou que também há poucas ofertas nos horários que seriam considerados os mais baratos.
— A passagem mais barata acaba tendo um pernoite em algum lugar, uma espera muito grande entre aeroportos, acaba tendo um prejuízo de conforto para o consumidor. E, se for um voo direto, ou que seja em horário bom, noturno (por exemplo), as passagens estão muito mais caras, com menos quantidade de malas e peso disponível. Para consumidor é ruim.
Calculado pelo IBGE, o IPCA-15 subiu 0,40% em dezembro, com isso, em um mês, os as passagens aéreas subiram 9,02%, mais do que o dobro da inflação de um ano.