A Polícia Federal de Caxias do Sul terá mais 90 dias para concluir o inquérito sobre o flagrante de trabalho análogo à escravidão, em Bento Gonçalves, em fevereiro deste ano. Este é o segundo pedido de prorrogação do prazo, e agora, a conclusão está prevista para o final deste ano.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Adriano Medeiros do Amaral, alguns resultados de perícias solicitadas ainda não ficaram prontos. Amaral afirma que, devido à alta demanda na área criminalística, a equipe está sobrecarregada. Outro motivo para a necessidade de maior tempo para investigar é porque, conforme ele, novos elementos vão surgindo ao longo da investigação, a qual não é aberta pelo responsável do caso.
O delegado ressalta a preocupação para que o inquérito seja entregue à Justiça Federal antes do início da próxima safra da uva, já que os trabalhadores, a maioria nordestina, estavam na região para atuar como safristas durante a colheita da uva.
Desde março, a investigação está concentrada na empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão em Saúde Ltda, de propriedade do empresário Pedro Augusto Oliveira de Santana. A reportagem entrou em contato com a defesa do investigado para manifestação, mas até o momento, não teve retorno.
O primeiro prazo para concluir o inquérito que investiga o caso encerrava-se no dia 23 de junho, entretanto, na época, Amaral não tinha alguns laudos periciais e outros elementos para terminar e encaminhar ao Poder Judiciário. Com isso, o delegado solicitou mais 90 dias para concluir. À época, ele achava que seria possível concluir em um mês.
A prorrogação é um recurso possível em qualquer caso que ainda não tenha todos os elementos necessários para a investigação ser encerrada. O delegado explica que, quando não tem réu preso - como é este caso -, é possível pedir a prorrogação sempre que necessário.