Interrompido desde as 7h do dia 16 de junho por conta de uma queda de barreira, o km 181 da BR-116, em Nova Petrópolis, só poderá ter liberação total de tráfego após obras de reparação. A necessidade do trabalho emergencial foi constatada por técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em vistoria realizada na última sexta-feira (23).
Além de soterrar o leito da pista, o deslizamento da encosta também arrastou a mureta de proteção junto ao desfiladeiro e parte do solo que sustenta a rodovia. Os danos deixam o leito da rodovia instável e sem segurança para a passagem de veículos. Por conta disso, o restabelecimento do tráfego em condições normais exige a construção de uma contenção na parte de inferior do leito da estrada.
De acordo com o engenheiro da unidade do Dnit em Vacaria, Daniel Bencke, após a análise inicial, projetistas já trabalham nos levantamentos e projetos necessários para a solução definitiva. O órgão rodoviário, inclusive, avalia decretar emergência para acelerar os trâmites burocráticos da obra.
— Desceu muito material. Era para a estrada nem estar mais ali. Essa estrada por natureza é instável. Ela está colocada em um lugar onde a natureza sofre erosão constante. As pessoas perguntam se não é possível fazer contenção em toda a extensão, mas nesse caso seria mais fácil fazer a estrada em outro lugar — avalia.
Como a fase ainda é de levantamentos, os técnicos não têm previsão de quando será possível uma permissão nem mesmo de tráfego parcial. Além disso, mesmo com a parada da chuva, as encostas seguem instáveis devido à grande quantidade de água, com risco de novos deslizamentos. Em períodos de chuva intensa, a água chega a levar semanas para escoar totalmente.
A chuva também persistiu nos dias seguintes ao deslizamento, enquanto as equipes se preparavam para remover entulhos da rodovia, e se repetiu na sexta-feira com grande intensidade. No domingo (25), a reportagem constatou grandes volumes de água ainda descendo da encosta no trecho entre Galópolis e Vila Cristina, que reúne as mesmas características da região de Nova Petrópolis.
— Entendemos a situação do pessoal (que precisa da estrada), mas é muito arriscado. O trecho todo continua muito instável e saturado de água — destaca Bencke.
Ao longo da semana passada, a encosta encharcada chegou a ceder também no km 178 da BR-116, a três quilômetros do primeiro ponto de interdição. As rochas e árvores foram removidas no dia seguinte e não causaram danos à estrada. Em outubro de 2016, porém, um desmoronamento do acostamento seguido de rachaduras na pista interditaram a rodovia também no km 178. O problema exigiu a interrupção total do fluxo por quase dois meses devido ao risco do asfalto ceder. Após esse período, o tráfego foi liberado em meia pista durante as obras de recuperação e totalmente restabelecido após seis meses.
Alternativa
A recomendação para acessar a Região das Hortênsias a partir de Caxias do Sul e cidades do entorno é seguir via Rota do Sol e, após, ingressar na RS-020, que leva a São Francisco de Paula. A partir dali, basta acessar a RS-235 e seguir para Canela, Gramado ou Nova Petrópolis.
Outra alternativa é utilizar a RS-452 para acessar Feliz e, a partir daí, seguir em direção ao município de Linha Nova pela Estrada São Roque. Em seguida, é possível seguir em direção a Nova Petrópolis passando pela localidade de Linha Olinda.
Outras rodovias
Até a manhã desta segunda-feira (26), outras rodovias da região seguiam com restrições. Na RS-452, o km 16 segue em meia pista devido a deslizamentos. Equipes do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) trabalham na limpeza para normalizar o fluxo. Já na RS-826, que liga Farroupilha a Alto Feliz, o km 9,2 segue totalmente bloqueado devido a rachaduras na pista. Não há previsão de liberação. O desvio pode ser realizado pela RS-122 e pela RS-452, passando por Bom Princípio.