Trabalhadores de 48 escolas que atuam com a Educação Infantil decidiram encerrar a greve que havia sido iniciada na manhã desta segunda-feira (12), em Caxias do Sul. Durante todo o dia, as atividades foram suspensas em diversos estabelecimentos que possuem gestão compartilhada entre três instituições privadas e a prefeitura. Durante a manhã e parte da tarde, os manifestantes bloquearam a Rua Borges de Medeiros, em frente à Secretaria Municipal da Educação (Smed). A decisão de interromper a greve ocorreu após uma assembleia à noite, seguida de votação entre os profissionais da categoria.
Os cerca de 770 trabalhadores alegam situação precária de trabalho e pediam por melhorias, tais como reajuste salarial, materiais de trabalho adequados, contratação de profissionais qualificados e maior atenção do poder público para a área.
Em nota, a Smed informou que "representantes das entidades Gestoras das escolas infantis, da Prefeitura e do Senalba chegaram a um acordo em audiência com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT)" e mencionou que a classe receberá um reajuste de 5,78%, retroativo a 1º de abril. Além disso ficou definido o "fim da obrigatoriedade das reuniões, com exceção de duas relacionadas à entrega de pareceres aos pais das crianças". A categoria mencionava participar de reuniões fora dos horários.
A mobilização foi organizada pelo Sindicato dos Empregados em Entidades, Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional (Senalba). As escolinhas são administradas pelo Centro Cultural Jardelino Ramos, pelo Centro Filantrópico Charles Leonard Simon Lundgren e pela EduCaxias.
Outra reivindicação que os trabalhadores buscam está voltada à acessibilidade. Conforme os trabalhadores, em muitas escolas estão alunos que precisam de atenção especial, como autistas, e acabam não recebendo o suporte devido à superlotação das salas de aula ou em razão do número muito maior de alunos para cada educador atender. No caso dos alunos que precisam de maior atenção, também haveria falta de cuidadores específicos.
_ Em muitas escolas existem casos de turmas de idades diferentes que precisam ser colocadas na mesma sala porque faltam funcionários. Tem turmas de 36 alunos de idades diferentes e falta de educador _ contou a educadora Claudiane dos Santos.