Um ambiente moderno, que atenda às exigências da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) e que contemple a necessidade dos 440 animais é o objetivo do projeto do novo Parque de Proteção Animal de Caxias do Sul, que está sendo desenvolvido pela empresa DCA Engenharia, de Caxias do Sul.
O terreno do novo parque deve abrigar, além do espaço para os animais, um parque para a comunidade. No entanto, os dois locais serão totalmente separados, para que os animais do canil não fiquem agitados.
O prazo para A entrega do projeto é até o dia 16 de junho, mas a expectativa é de que ele esteja pronto e entregue à Semma nos primeiros dias do mês, de acordo com Deivisson Cavalli, engenheiro ambiental e de segurança, que coordena o projeto. A equipe de trabalho conta com profissionais de áreas variadas. São cinco arquitetos, um topógrafo, um engenheiro civil, um engenheiro ambiental e um médico veterinário, além dos coordenadores.
Segundo Cavalli, o novo Parque de Proteção Animal contará com consultório, escritório, dois ambulatórios, ala de adoção e recepção de adotantes, pátio de adestramento, além de diversos outros setores (veja mais abaixo). Todos os espaços foram exigidos pela equipe da Semma e pela equipe que trabalha no espaço atual do canil municipal. A ideia é contemplar as dificuldades atuais e oferecer aos animais um espaço digno. O projeto exige 440 espaços, mas a ideia é fazer mais para uma expansão futura.
— Esse projeto vai ser apresentado para organizações não-governamentais (ONGs) e protetores de animais antes da aprovação. Nós pesquisamos canis de referência no país, mas não existe nenhum que seja o ideal. Nossas referências são todas internacionais, da Alemanha, Holanda e Estados Unidos — explica Cavalli.
A parte da topografia, que estuda a superfície do terreno onde será o Parque de Proteção Animal, já foi feita. Agora, a equipe multidisciplinar trabalha no projeto da obra.
— Já identificamos que vai ser necessário fazer patamares, como se fossem pequenos andares, no terreno, porque ele é íngreme. Além disso, temos a preocupação com a insolação. A ideia é de que a frente nunca fique a Sul, porque não vai pegar sol. Os canis serão Leste e Oeste, porque o terreno não comporta que todas sejam voltadas ao Norte — destaca o engenheiro.
Outra preocupação já na elaboração do projeto é a qualidade sanitária do local. Atualmente, o sistema de calhas de coleta de dejetos passa por uma rede que atravessa todas os canis dos animais.
— Se tem algum animal com contaminação, essa rede passa por todos os canis. Então, quando se está tratando um, acabam tendo que tratar todos, porque não tem essa separação. Uma grande preocupação para o projeto é o escoamento dos dejetos de cada canil, com pontos de coleta e com destinação final na estação de tratamento pública, que nesse caso seria a Estação Samuara — pontua Cavalli.
Entenda
Em maio do ano passado, a prefeitura anunciou o endereço onde será construído o Parque de Proteção Animal, que inclui o canil municipal. O local fica perto da Estação de Tratamento do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), na Linha Luciana, Colônia Sertorina, próximo à Rodovia dos Romeiros.
Para viabilizar o parque foram acordadas duas permutas, uma para o terreno que abrigará o parque propriamente dito, e outra para a construção do alojamento dos animais que vivem no atual canil e os demais bichos que vierem a ser resgatados. Para viabilizar a obra, o município colocou na troca pelo terreno uma área no bairro Santa Lúcia, perto da Ceasa. Já a construção deve ser viabilizada a partir de uma permuta com o terreno do atual canil.
Atualmente, de acordo com o secretário do meio ambiente, João Uez, são em torno de 480 animais sob tutela da prefeitura e a capacidade máxima do atual canil já foi atingida. A área do futuro espaço de acolhimento de caninos e felinos, além de ampla, sem vizinhos nas proximidades e munida de fácil acesso, é lindeira a uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que dará destinação correta aos dejetos dos animais por gravidade, sem necessidade de despesas com sistemas de bombeamento.
Outras áreas previstas no novo canil:
:: Avaliação comportamental e recreação
:: Almoxarifado de medicamentos e ração pastosa
:: Farmácia para preparo de medicações
:: Ala de tratamento e observação para caninos
:: Ala de tratamento e observação para felinos
:: Local para banho e tosa
:: Sala de necropsia
:: Canil de isolamento de infectos
:: Canil abrigado para filhotes e mães
:: Ala de idosos e cães com limitações físicas
:: Canis individuais para animais não bravios
:: Cadastros comunitários e animais em quarentena
:: Canis coletivos para até três animais
:: Ala para animais não domesticados ou mais ferozes
:: Gatil geral e para animais com FELV+ e FELV-
:: Depósito de ração e areia sanitária para felinos
:: Vestiário e banheiro para veterinários
:: Depósitos de resíduos
:: Local específico para lixo hospitalar
:: Depósito de equipamentos
:: Garagem para caminhonetes
:: Lavanderia
:: Refeitório com cozinha e área de descanso
:: Vestiário para funcionários
:: Estacionamento para carros não oficiais