O resgate de 207 trabalhadores em condições análogas à escravidão, em Bento Gonçalves, segue gerando consequências para as vinícolas que contavam com a mão de obra, contratada por uma empresa terceirizada. Em nota divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) nesta sexta-feira (3), a entidade exige providências e medidas de Salton, Aurora e Garibaldi, além de esclarecimentos sobre o caso.
" (A Abras) Solicitou às vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi esclarecimentos e quais providências e medidas adotaram junto a seus fornecedores para cumprir a legislação trabalhista vigente e combater a violação dos direitos humanos e laborais destes colaboradores", afirma trecho da nota.
Conforme o comunicado, as vinícolas assumiram o compromisso de cumprir a legislação e de promover práticas que combatam este tipo de situação. A Abras ainda exige que as empresas compartilhem um cronograma com as ações, que será acompanhado pela associação.
Confira abaixo a nota na íntegra:
"A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) vem manifestar o seu repúdio diante do conhecimento de notícias divulgadas sobre trabalhadores terceirizados em condições análogas à escravidão para colheita de uva na região de Bento Gonçalves/RS e informar que, imediatamente à ciência do tema, solicitou às vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi esclarecimentos e quais providências e medidas adotaram junto a seus fornecedores para cumprir a legislação trabalhista vigente e combater a violação dos direitos humanos e laborais destes colaboradores. As vinícolas assumiram o compromisso de cumprir a legislação trabalhista vigente e proibir qualquer tipo de violação aos dispositivos legais, além de promover práticas congruentes de governança e ações de análise e capacitação da cadeia produtiva da vitivinicultura, realizar due diligence para homologação e auditorias externas sobre práticas trabalhistas, ampliar a divulgação dos canais de denúncia e adotar medidas complementares. Foi solicitado pela ABRAS às vinícolas um célere cronograma de implementação de tais ações, com datas de início de cada iniciativa, que será acompanhado pela Associação ao mesmo tempo em que aguardará as futuras recomendações e exigências de entidades públicas, privadas e órgãos às empresas supracitadas. A ABRAS preza pelo cumprimento da legislação e pelas boas práticas nas relações de trabalho em todas as etapas da cadeia de abastecimento".