Moradores de Caxias do Sul voltarão a receber visitas de pesquisadores que atuam no levantamento de dados para a elaboração do Plano Municipal de Mobilidade. O trabalho recomeça nesta segunda-feira (23) e será realizado por funcionários da empresa Urbtec, contratada pelo município para a execução dos estudos. A expectativa é de que as visitas sigam até o dia 6 de fevereiro.
A pesquisa domiciliar é uma das etapas dos levantamentos, que tiveram início na metade do ano passado. O objetivo é levantar informações a respeito das formas e condições de deslocamento da população a partir de diversas regiões da cidade. Conforme o secretário de Trânsito, Alfonso Willembring, as visitas inicialmente previstas no cronograma já haviam sido cumpridas. No entanto, a equipe da Urbtec entendeu que havia a necessidade de se ampliar a amostra de cidadãos entrevistados. Por conta disso, o trabalho que começa nesta segunda será um complemento ao que já havia ocorrido.
— Houve alguma resistência (de algumas pessoas) que ficavam desconfiadas. E no mesmo período também tinha o Censo — lembra Willembring.
Todos os pesquisadores serão identificados com coletes e crachás da Urbtec. Eles também abordarão condutores de caminhões em endereços estratégicos. Caso haja dúvidas ou sugestões, é possível entrar em contato com a equipe por meio do e-mail participedoplanmob@caxias.rs.gov.br. As informações a respeito do estudo também estão disponíveis no site www.caxias.rs.gov.br, na aba Planmob.
O Plano Municipal de Mobilidade envolve o diagnóstico da forma e da atual situação dos meios de locomoção dos caxienses, desde as calçadas, para os deslocamentos a pé, até a utilização de modais alternativos, passando pelo transporte público e privado. Com os dados em mãos, técnicos irão propor soluções para garantir uma melhor eficiência e sustentabilidade dos sistemas de transporte e dos deslocamentos da população. As soluções podem envolver criação de ciclovias, para valorizar a bicicleta, por exemplo, até a abertura de novas vias para garantir fluidez.
Essas soluções, deverão estar em um projeto de lei, que deverá ser aprovado pela Câmara de Vereadores para a criação do plano. A partir disso, ele deverá ser atualizado de forma periódica pelo Legislativo, como ocorre com o Plano Diretor.
A exigência do Plano de Mobilidade está prevista em uma lei federal de 2012 para cidades acima de 20 mil habitantes. O município que descumprir a determinação fica impedido de acessar recursos federais para investimentos em infraestrutura viária até que a situação seja regularizada.
Interpretação dos dados
A etapa complementar das entrevistas deve ser uma das últimas pesquisas realizadas pela Urbtec. A partir de fevereiro, o município deve começar a receber os primeiros relatórios com as constatações dos pesquisadores, segundo o secretário Alfonso Willembring. Os documentos envolverão tanto o diagnóstico quanto possíveis soluções.
Os levantamentos realizados até agora envolvem não apenas a pesquisa domiciliar, mas também entrevistas com passageiros de ônibus e até mesmo o monitoramento do comportamento do fluxo. Técnicos precisaram acompanhar, por exemplo, o trânsito em 80 cruzamento da cidade para identificar a quantidade de pedestres e os motivos para eles circularem pelos pontos.
Conforme Willembring, para os próximos meses também estão previstas novas reuniões com a comunidade e com entidades representativas da cidade. As universidades também devem ser consultadas. Além disso, uma audiência pública, que ainda será marcada, discutirá as impressões e as propostas do plano a ser apresentado. O cronograma, segundo o secretário, está dentro do estipulado.
O trabalho dos pesquisadores será finalizado com a entrega do projeto de lei a ser encaminhado para a Câmara de Vereadores.
— Até metade do ano tem que apresentar o projeto de lei — explica.
A elaboração do Plano de Mobilidade custará cerca de R$ 2,8 milhões e será pago com recursos obtidos via empréstimo com a Corporação Andina de Fomento (CAF).