Depois de mais de 10 dias preso na fronteira do Chile com a Argentina, devido a uma nevasca na região, o caminhoneiro Juarez de Lima, morador de Farroupilha, começou a se deslocar para fazer o trajeto de volta nesta terça-feira (19). Ele estava abrigado em uma escola, no Chile, localizada a 80 quilômetros do ponto onde teve que abandonar o caminhão carregado de garrafas de vinho que servirão para abastecer vinícolas da Serra e da capital gaúcha.
Juarez contou que os caminhoneiros que estavam nos alojamentos foram liberados pelas autoridades locais na noite de segunda (18) e chegaram na manhã desta terça até o local para buscar os caminhões e poder seguir viagem em direção à Argentina. Ele tinha receio que o veículo não funcionasse.
Ao Pioneiro, ele relatou que o caminhão chegou a não funcionar de imediato, mas em seguida pôde ser acionado para seguir viagem. Ele não tem previsão de quando chega ao Brasil.
— Graças a Deus, estou na fila indo embora. Tiramos o caminhão do Chile e chegamos na Argentina. O caminhão demorou um pouco para funcionar, mas deu tudo certo — relatou ele no início da tarde desta terça.
O morador de Farroupilha foi até o Chile buscar garrafas. No retorno, no sábado (9), Lima chegou na Cordilheira dos Andes. Entretanto, ele não conseguiu mais trafegar devido ao congestionamento provocado pelo acúmulo da neve na estrada.
Apenas na madrugada da segunda-feira da semana passada é que o caminhoneiro conseguiu se abrigar em um alojamento no Chile, onde permaneceu durante uma semana, recebendo alimentação e dormitório.
Outro caminhoneiro da Serra que enfrenta o mesmo problema segue retido. Ari Cesar Santos de Oliveira, de Vacaria, ficou preso no sentido oposto, na Argentina em direção ao Chile, trajeto este que não foi liberado.
Ele está com um carregamento de carne e ficou alojado dentro do caminhão. Está há 13 dias em uma aduana.
— A previsão é que a gente possa sair amanhã (quarta), se Deus quiser, em direção ao Chile — disse.