O retorno às aulas após as férias de inverno será de forma remota para os 1.150 alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Catarina, em Caxias do Sul. O furto de dois metros de fios subterrâneos que abastecem a central elétrica, instalada dentro da escola, deixa a instituição às escuras e impossibilitada de receber os alunos na próxima segunda-feira (1º), data que marca o fim do período de descanso.
Nesta quarta-feira (27), a direção da escola emitiu um comunicado aos pais e alunos informando que as aulas ocorrerão de forma remota até que a energia seja restabelecida, em um prazo de até 40 dias. O período que os estudantes deverão aguardar para voltarem às aulas presenciais foi calculado pela 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE), que irá arcar com o prejuízo, avaliado em R$ 17 mil.
A falta de luz na escola do bairro Santa Catarina impossibilita o funcionamento da portaria, do sistema de câmeras de segurança e dos televisores instalados em cada sala. Além disso, não há como realizar impressões ou fotocópias, fundamentais para as aulas. O vice-diretor Diogo Ceconello, 38 anos, teme pelo patrimônio da escola, que é protegida também por um portão eletrônico que agora opera de forma manual. Desde o furto dos fios elétricos, no último sábado (23), uma empresa de transportes vizinha cede energia elétrica para que o sistema de alarme continue funcionando e protegendo a instituição de novos furtos.
—É muita carga elétrica para abastecer um prédio como esse. Não tem como improvisar as aulas, nem emendar os fios roubados — explicou Ceconello, que lamenta pelo prejuízo ocasionado aos estudantes, que estavam voltando a se acostumar com as aulas presenciais após um longo período em casa em decorrência da pandemia de covid-19.
— Não foi fácil a adaptação nos primeiros meses. Parecia que os alunos tinham ficado uns 10 anos em casa. Estávamos voltando ao ritmo normal. É um banho de água fria — contou.
A 4º CRE, com base no laudo realizado por um engenheiro elétrico na última segunda-feira (25), já solicitou orçamentos e recebeu o retorno das empresas que se habilitaram a realizar o conserto. Segundo o chefe administrativo da coordenadoria, Evandro Bueno, agora existe um prazo para que elas apresentem a documentação necessária para dar continuidade ao processo de solicitação de recursos na Secretaria Estadual de Educação (Seduc). O prazo mínimo estipulado para o conserto, avaliado em R$ 17 mil, é de 40 dias devido à burocracia do processo.
— A expectativa é receber a documentação até amanhã (quinta-feira). Se tudo ocorrer dentro do esperado, o prazo é esse, porque tem todo um trâmite burocrático para que se libere o recurso — explicou Bueno.
A equipe diretiva da Escola Santa Catarina informou que ficará de plantão durante o período em que os alunos estiverem estudando remotamente. Das 8h às 15h, os professores estarão no prédio para tirar dúvidas e orientar caso ocorram problemas de acesso ao sistema de aulas remoto.