Com o intuito de ser um agente transformador em suas comunidades, a Sicredi Pioneira irá destinar mais de R$ 2,1 milhões a projetos educacionais, culturais e esportivos inclusivos. O Fundo Social irá contemplar 312 projetos nas 21 cidades da área de atuação da cooperativa, incluindo cinco municípios na Serra. O maior montante será para Caxias do Sul, que terá R$ 448 mil em investimentos.
Este é o oitavo ano do Fundo Social. Desde 2015, o programa comunitário repassou quase R$ 9,6 milhões para 1.482 projetos, impactando mais de 587 mil pessoas. Para o segundo semestre deste ano, 57 projetos foram aprovados na maior cidade da Serra.
— Um dos princípios do cooperativismo é o interesse na comunidade. Precisamos desenvolver as comunidades em que estamos inseridos. Não existe uma cooperativa rica em uma comunidade pobre. Temos que crescer juntos e o Fundo Social nos ajuda a alcançar nosso propósito de criar uma comunidade melhor para todos — destaca Heloísa Lopes, vice-presidente do Conselho de Administração da Sicredi Pioneira.
Entre os projetos escolhidos estão escolas, paróquias, associações e entidades tradicionais. As iniciativas são variadas, mas precisam estar dentro dos temas Educação, Cultura e Esportes Inclusivos. Um exemplo dos aprovados é a iniciativa para conscientização e valorização da Fonte de Água Azul, um patrimônio histórico do distrito de Santa Lúcia do Piaí. O pedido foi feito pela Associação de Moradores, que pretende adquirir lixeiras e produzir folders com apoios de alunos da região. O investimento será de R$ 8,4 mil e a expectativa é beneficiar mais de 3,5 mil pessoas.
Os recursos do Fundo Social são oriundos do resultado da cooperativa, por meio das negociações e transações de seus associados. O destino é aprovado em assembleia. No primeiro ano, 0,5% do resultado foi repassado ao Fundo Social. Com os resultados cada vez mais visíveis, os associados aprovaram um repasse de 2,5% na última votação.
— Para este ano, também foram reformulados os critérios para que conseguir entregar projetos sociais cada vez melhores para comunidade. A compra de bens é importante para aquelas pessoas beneficiadas, mas, quando contratamos um oficineiro ou um maestro, por exemplo, estamos transformando as pessoas. É algo maior e o propósito que buscamos — destaca Heloísa.
Edital leva diversidade de ensino à Anjos Voluntários
Outra entidade beneficiada pelo Fundo Social é a Casa Anjos Voluntários. A entidade recebeu R$ 9,7 mil em 2021 e, para este ano, teve aprovado um recurso de R$ 11,9 mil. Com 19 anos de atuação, o centro educativo do bairro Charqueadas tem sua principal mantenedora a Fundação de Assistência Social (FAS) e utiliza estes editais para diversificar as atividades para jovens até 15 anos.
— Buscamos oficinas atrativas, que façam as crianças e adolescentes quererem estar aqui. Todas são custeadas por projetos assim. Disponibilizamos arte, esporte, educação, informática... Conforme as possibilidades oferecemos mais atividades. Estes oficineiros são qualificados, técnicos e graduados. Sabem atender o nosso público, que nunca tiveram esta oportunidade — explica a assistente social Viviane Moraes.
A Anjos Voluntárias atende 200 jovens em vulnerabilidade social, de seis a 15 anos, em dois turnos. Graças a doações também é oferecida alimentação aos jovens da zona oeste da cidade. Graças ao Fundo Social, no ano passado, foram oferecidos um projeto de pintura e oficinas de educação financeira de informática. A nova edição, disponibilizará a volta das aulas de capoeira e de musicalização, que são tradicionais no centro, mas a cada ano dependem de novos apoios financeiro.
— Trabalhamos o protagonismo, quem eles aprendam coisas que não teriam acesso fora daqui. Esse projetos fazem a diferença, porque precisamos deles para ter esta qualidade e diversidade. Estes jovens tem muita habilidade. Só precisam de um lugar para se desenvolver. Irão se tornar adultos mais felizes e sabendo fazendo muitas coisas — destaca Isamar Ordovás Sartori, presidente da Anjos Voluntários.
Recurso valoriza ação de voluntários na Fluência Casa Hip Hop
Do outro lado da cidade, na Zona Norte, o recurso também ajuda atrair mais jovens à cultura. Pelo segundo ano, o Fundo Social permitirá a realização do projeto Fortalecendo a Quebrada, promovido pela Fluência Casa Hip Hop. Foram R$ 12 mil aprovados para o desenvolvimento artístico de 60 crianças, adolescentes e adultos.
— Somos um ponto de cultura e as atividades que oferecemos só acontecem mediante aprovação em editais. O Fundo Social é um destes que nos permitem. Tanto o Graffiti quando as turmas de danças começaram oficialmente graças ao Sicredi, que proporciona a remuneração a estes profissionais e oficineiros, que já tinham feito ações voluntárias com a gente. Assim, conseguimos ter a permanência deles por todo o semestre — conta Kamila Bazzo, psicológa e produtora cultural.
Nesta segunda edição, serão cinco oficinas realizadas de julho a dezembro. Uma turma de Graffiti para crianças e adolescentes, duas de dança Hip Hop FreeStyle para adolescentes e adultos e uma turma de dança Popping, também para adolescentes e adultos.
— Na primeira edição, tivemos uma repercussão muito boa. E dois destes quatro artistas conseguiram continuar como voluntários, para termos oficinas no primeiro semestre. Eles decidiram para não perder este vínculo com os alunos. É importante, porque muitos que viram os resultados do ano passado, tiveram interesse em entrar. A continuidade traz esta referência para os jovens — salienta Kamila, que comemora que as turmas do próximo semestre já estão cheias.
— O anúncio da aprovação teve uma repercussão instantânea. Inclusive a turma da manhã, que é a primeira vez que abrimos, já lotou antes mesmo de divulgarmos.
Inscrições para o próximo ano
As inscrições desta edição encerraram em março. O registro era feito pela internet na página do Fundo Social, onde estavam disponíveis o regulamento e um manual com dicas para a inscrição. Para participar, a entidade deve ser pessoa jurídica sem fins lucrativos e associada à Sicredi Pioneira.
O projeto deve ter finalidade educacional, cultural, social e esportiva. A entidade também precisa ter aprovada a prestação de contas dos recursos recebidos em anos anteriores, se for o caso. Os selecionados têm até 31 de dezembro para executar seus projetos. Em janeiro de 2023, inicia a prestação de contas.
A expectativa é que o programa comunitário tenha nova edição no próximo ano. A tendência é que as inscrições sejam abertas no primeiro trimestre, assim como foi neste ano.