Morreu na manhã desta segunda-feira (11), aos 88 anos, o aposentado Juvelino Cara. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Unimed e faleceu em decorrência de complicações de saúde. A história de cura do aposentado integrou uma importante etapa no processo de beatificação do padre João Schiavo.
O relato da família Cara integrou um dossiê que foi apresentado ao Vaticano em 2015, integrando uma das etapas de beatificação do sacerdote, ocorrida em 2017. O milagre atribuído ao padre João Schiavo remete a 1997, quando Juvelino e a esposa, Lourdes (in memoriam), planejavam ir ao Litoral. O aposentado, contudo, sofreu uma repentina isquemia intestinal. Ele teve os intestinos paralisados devido a uma trombose, diagnóstico grave e que é fatal em até 90% dos casos. Segundo o parecer do médico, a expectativa era que o aposentado morresse nas três horas seguintes à internação.
— Eu esfarelei um santinho do padre Schiavo. Pedi com toda fé que eu podia ter, mesmo com os médicos dizendo que ele dificilmente resistiria — recordou dona Lourdes, em matéria do Pioneiro de 2014.
Juvelino passou por uma cirurgia e sobreviveu. A família Cara e cerca de 30 profissionais, entre eles os médicos e enfermeiros que atenderam Juvelino na época, foram interrogados por uma equipe do Vaticano, o que deu origem ao dossiê que narrou o milagre.
A filha de Juvelino, Jussane Cara, lembra que a história de milagre, vinculada ao primeiro beato da Diocese de Caxias do Sul, era motivo de orgulho para o pai:
— O pai era reservado, mas ele se sentia importante por ter sido escolhido para essa graça e por ter ficado ainda muitos anos conosco. Até que ele tinha condições de dirigir, ele e a mãe iam ao padre Schiavo (em Fazenda Souza, onde está o túmulo do beato) para rezar — ressalta Jussane.
Um torcedor fiel do Grêmio e muito apegado à família e à religião
Para além da história de cura e milagre, seu Juvelino era conhecido em Caxias do Sul pelas diferentes atividades que exerceu, sempre relacionadas com o atendimento ao público. Durante muitos anos, ele vendeu maçãs no Estádio Alfredo Jaconi. Depois, investiu em uma sorveteria e lancheria no bairro Sagrada Família, onde trabalhou por anos antes de se aposentar.
Torcedor fiel do Grêmio e bastante apegado à religião, ele será lembrado como uma pessoa trabalhadora, honesta e dedicada à família.
—Ele e a mãe estavam sempre juntos. O pai sofreu muito com a morte dela (ocorrida no ano passado), sentia muita saudade — detalha Jussane.
Da união de 66 anos com Lourdes, ele deixa, além de Jussane, os filhos Ani Eliane e Anselmo João, os netos Maria Eduarda, Rodrigo, Everton, Paulo André e Bruna, além de demais familiares e amigos.
A cerimônia de despedida deve ocorrer a partir das 17h, na Capela C do Memorial São José de José de Caxias do Sul. O sepultamento está previsto para as 10h30min de terça-feira (12), no Cemitério dos Santos Anjos.