A Secretaria Municipal da Educação (Smed) de Caxias do Sul iniciou o ano letivo de 2022 colocando em prática uma série de investimentos anunciados no ano passado. Uma fatia considerável das ações se referem a aquisição e disponibilização de incrementos tecnológicos à rede municipal. Entre as novidades, está a oferta de 360 mesas interativas voltadas à Educação Infantil e Ensino Especial, bem como o envio da primeira remessa de 2,3 mil chromebooks e 1,4 mil kits de robótica.
Durante a abertura do ano letivo para as novas equipes diretivas, em 10 de fevereiro, o prefeito Adiló Didomenico sinalizou que os investimentos, incluindo os mais de 42 mil kits de uniformes, chegavam a uma soma de mais de R$ 30 milhões.
Em relação às mesas interativas, que já foram entregues às escolas, a secretária da Educação, Sandra Negrini, explica que são equipamentos digitais com jogos e aplicativos que serão inseridos nas rotinas dos pequenos.
— Tem jogos próprios para idade, já trabalhando questões como o pensamento computacional, funções executivas, comunicação, mobilidade... Uma série de coisas que são trabalhadas conforme a faixa etária — exemplifica Sandra.
A secretária avalia que, com a pandemia, a necessidade de inserir a tecnologia no cotidiano escolar ficou ainda mais forte. Para utilização dos equipamentos, foi necessária a capacitação dos professores.
— Há a necessidade de investimento em plataformas e recursos digitais que aprimorem e facilitem para o professor na questão da aprendizagem. Os kits de robótica que estamos distribuindo para a Educação Infantil mostram que, desde a mais tenra idade, precisamos trabalhar esses conceitos presentes nas diferentes áreas, trazendo para a sala de aula o mundo tecnológico e o desenvolvimento científico — avalia a titular da pasta.
Um dos passos a serem ajustados com celeridade é na internet gratuita fornecida aos estudantes. Segundo a secretária, as empresas já foram notificadas para aprimorarem o aplicativo de acesso para que todas as funções operem dentro do ambiente escolar e na casa das crianças e adolescentes.
"Vem para agregar", diz diretora sobre equipamentos
Como aulas as começaram há pouco mais de um mês, as tecnologias ainda estão sendo inseridas gradativamente na rotina dos estudantes. A Escola Municipal Machado de Assis, no bairro Reolon, por exemplo, recebeu três mesas interativas. Embora ainda em processo de adaptação, com a capacitação dos professores que utilizarão os equipamentos, a novidade já está sendo bem-recebida.
— Com certeza vem para agregar. É muito interessante, são muitos jogos e recursos. Vai ser útil também na questão da alfabetização — diz a diretora Tânia Malvina Maineri, que detalha que ainda está conhecendo todas as funções do equipamento.
A instituição atende cerca de 480 alunos do Ensino Fundamental. A estimativa é de que pelo menos 44 estudantes sejam beneficiados com as ferramentas disponibilizadas pelas mesas interativas.
Bibliotecas digitais são aliadas dentro e fora da escola
Desde o segundo semestre do ano passado, a prefeitura, por intermédio da Smed, oferece aos alunos da rede municipal acesso a duas plataformas virtuais de leitura: a Árvore Livros e a Elefante Letrado. O investimento no projeto foi de R$ 2.605.920.
A Árvore Livros oferta mais de 30 mil obras digitais em um aplicativo disponível para celular, tablet e computadores. A plataforma é compatível com os sistemas operacionais Android e iOS. No aplicativo, o estudante pode baixar até 10 livros para ler de forma offline.
Já a Elefante Letrado é uma plataforma de leitura com ênfase no processo de alfabetização, com 700 livros em português. Os alunos, podem, além de ler, realizar jogos pedagógicos e responder a atividades de escrita, entre outras coisas. Aos professores, o sistema fornece relatórios atualizados para acompanhamento do desempenho dos estudantes. A plataforma também está sendo disponibilizada para mais de 11 mil crianças na rede estadual de Caxias, por meio de parceria com o governo do RS.
— A plataforma disponibiliza, sete dias por semana, 24 horas por dia, acesso a livros com uma curadoria especializada na infância. Então, a turma pode, simultaneamente, ler o mesmo livro. Não há necessidade de esperar que a obra retorne à escola. Com isso, o valor das discussões na sala de aula se somam, porque os estudantes começam a montar comunidades leitoras — aponta a diretora-executiva da empresa, Mônica Timm de Carvalho.
No fim do ano passado, a Smed premiou os alunos e professores que mais acessaram os acervos digitais. Com 122 horas de leitura, uma turma da Escola Municipal Desvio Rizzo tirou o primeiro lugar pela plataforma Elefante Letrado. O projeto de estímulo à leitura está sendo mantido neste ano e, inclusive, houve a orientação que os alunos não perdessem o hábito de ler nas férias de verão. Na escola, as plataformas são desenvolvidas no laboratório de informática.
— Foi uma aliada para interagirmos virtual e presencialmente. Nossos professores utilizaram os recursos, estimulando e explorando junto com os estudantes de uma forma criativa e supervisionada — comenta o professor do atendimento educacional especializado da instituição, Johnatan Rodrigues.
Rede municipal em números
:: 44 mil estudantes.
:: 83 escolas de ensino fundamental.
:: 48 escolas de educação infantil.
:: 3.191 profissionais.