A situação econômica da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) será debatida em mais uma reunião a partir das 16h desta segunda-feira (13) na Câmara de Vereadores. Na pauta, os desafios da companhia, em crise financeira, o repasse do dissídio e o pagamento da segunda parcela do 13º salário aos funcionários. Com o tema Codeca: necessidades para a reestruturação, a reunião é promovida pela Comissão Temporária Especial de Acompanhamento de Projetos de Concessões e Parcerias Público-Privadas, que sejam vinculadas ou passíveis de vinculação ao Programa Municipal de Parcerias Público-Privadas (PROMP).
Em entrevista ao Gaúcha Hoje, da Gaúcha Serra, na última quinta-feira (9), a presidente da companhia, Helen Machado, afirmou que o pagamento ainda não está garantido. A Codeca busca empréstimos em bancos para pagar os colaboradores. Para superar a crise, a companhia tenta apoio dos servidores e dos sindicatos que representam as categorias, como o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza e Conservação (Sindilimp), Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) e sindicatos rodoviários.
Isso porque, segundo a administração municipal, cerca de 80% da receita está comprometida com o pagamento de funcionários. Um agravante, de acordo com Helen, é que em um dos acordos antigos com o sindicato consta o pagamento de uma multa de um dia de salário por funcionário para cada dia atrasado.
Questionada sobre se há um prazo para saber se o pagamento poderá ser feito, a presidente explica que o limite máximo é até a próxima semana.
— Temos uma negociação bem avançada com um dos bancos que depende de algumas garantias, inclusive, minhas como avalista da operação. Nosso maior impacto é o valor da parcela diante das condições que os bancos nos oferecem. Hoje, já temos um empréstimo de quase R$ 265 mil relativo ao 13º do ano passado. Nossa ideia era conseguir um empréstimo que coubesse dentro dessa parcela, mas, como a Codeca não tem garantia real, não conseguimos fazer nesse valor e o que impacta são esses termos e garantias, parte com município e parte comigo.
Ela ressalta que se não conseguir garantir o pagamento chamará os sindicatos em busca de uma análise adequada da situação porque não há de onde tirar os recursos.
— Se a gente não conseguir avançar, vamos ter que tentar buscar alternativas com os sindicatos e todas as entidades para tentar resolver a situação da empresa. Em relação às negociações do dissídio ainda não há nada de concreto, nós recebemos a pauta e a empresa já respondeu, e o que temos dito é que nas condições em que os acordos foram sendo assinados, a Codeca hoje não tem como manter. A realidade é que qualquer aumento irá impactar no ano que vem, inclusive, correndo o risco de comprometer a nossa continuidade. Porque se considerar o dissídio só de um dos sindicatos falamos de R$ 2 milhões e não tem como fechar essa conta — pondera a presidente, referindo o impacto parcial na folha.
Em caso de descontinuidade de serviços, a Codeca diz que terá que ser feito um plano que irá para apreciação do conselho da empresa. Que a diretoria não tem poder de decidir sozinha quais serviços seriam alterados e que a empresa teria que ser remodelada. Helen diz, ainda, que a companhia corre o risco de fechar se todas as adequações não forem feitas:
— Se não fizer todas as adequações necessárias entre custo e despesa, corre um sério risco de não se manter. A Codeca tem um grande desafio que é continuar prestando serviço com qualidade e se adequar ao preço de mercado. Para isso, é preciso reduzir os custos que têm maior impacto que são o com o pessoal.
O presidente do Sindilimp, Henrique Silva, que é o que representa o maior número de funcionários, ressalta que o sindicato tem acompanhado a situação da Codeca.
— Temos acordos que têm vigência até 31 de dezembro e estamos em negociação. O 13º foi pago a primeira parcela e a segunda está prevista para o dia 20 e a tendência natural é que seja paga dentro do prazo. Há uma multa prevista no acordo coletivo e, no caso do não pagamento, vamos tomar as devidas providências para efetuar o pagamento e também para viabilizar essa questão da multa no caso do atraso.