Como já era esperado, a construção do túnel na BR-470, em Bento Gonçalves, não ficou pronta dentro do prazo. O contrato previa para terça-feira (21) a entrega da estrutura que irá ligar os bairros São Roque e São João. Diante do atraso, a prefeitura publicou no Diário Oficial a prorrogação por mais 90 dias do contrato com o consórcio Túnel Bento Gonçalves, feito pelas empresas Engedal e Continental. A expectativa, portanto, é que a obra seja entregue até 14 de março de 2022.
O túnel passa por baixo do km 213 da BR-470 e facilitará o acesso de motoristas que se deslocam entre os bairros São João e São Roque, reduzindo o conflito de trânsito com a rodovia federal. De acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb), o local era um "nó viário", com travessia problemática há anos e recorrentes acidentes, principalmente nos horários de picos.
A construção iniciou em agosto de 2020 e previa a escavação de 30 mil metros cúbicos de terra. Detonações foram necessárias para remover as rochas. Os trabalhos iniciaram pelo lado oeste, do bairro São João. Após a pavimentação dos novos acessos, em maio, a obra passou para a construção do túnel em si.
Nesta fase final, ainda ocorrem detonações no lado leste, que dá acesso para a área central da cidade. Também é aguardada a remoção de postes de luz solicitadas pelo consórcio para a RGE. Depois, começará a parte de concretagem e asfalto desse lado da rodovia. Por isso, já era considerado provável um novo aditivo de prazo.
O trânsito da BR-470 foi mantido no período, com pequenos desvios e sinalização de alerta para obras. O túnel fica a 5,5 metros de profundidade e a altura da rodovia federal não foi modificada.
Quando a obra for finalizada, serão entregues duas faixas de tráfego em cada sentido, com calçada em ambos os lados. São aplicados 1.958 metros cúbicos de concreto. O projeto também prevê pavimentação, iluminação e paisagismo.
O custo inicial era estimado em quase R$ 9,6 milhões, mas o aumento no preço dos insumos devido à falta no mercado motivou reajustes. As matérias-primas, como aço, concreto e o asfalto, foram os que mais aumentaram o valor no mercado no último ano. Também foi realizado um reequilíbrio econômico-financeiro.
Dois aditivos foram publicados, elevando o valor para R$ 13,4 milhões. Esse incremento de 25% do valor total seria o máximo permitido pela legislação, segundo Melissa. O aditivo mais recente contempla terraplanagem, pavimentação asfáltica e serviços de drenagem. Segundo o Ipurb, a quantidade do volume de escavação foi maior que o previsto no contrato original, o que só pode ser constatado durante a obra.