Sob gestão da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) desde setembro, as obras de melhoria e ampliação do Aeroporto de Canela foram entregues e inauguradas oficialmente na segunda-feira (2). A estrutura estava fechada desde o fim de outubro e o investimento foi de cerca de R$ 30 milhões. A solenidade na Região das Hortênsias contou a presença do presidente da Infraero, Rogério Amado Barzellay, que informou que serão feitos estudos de demanda para a internacionalização temporária do terminal.
As melhorias entregues nesta segunda incluem o alargamento da pista de pouso e decolagem, que passou de 18 metros para 30 metros, e o recapeamento completo com nova sinalização horizontal. Elas buscam aumentar a oferta de voos comerciais ainda neste ano. Também foi instalado o Sistema Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão (Papi) nas cabeceiras — conjunto de luzes brancas e vermelhas que indicam ao piloto a altura da aeronave em relação à rampa correta de aproximação até a pista. Com isso, Canela poderá receber aeronaves na categoria 2C, incluindo o ATR-72 para até 72 passageiros.
De acordo com Barzellay, ainda não há previsão de quando os voos comerciais devem começar a operar no aeroporto. Já há, no entanto, conversas entre a empresa e o Governo Federal com as companhias aéreas.
Sobre a possível internacionalização temporária, o presidente diz que será analisada a demanda, e que não há nenhuma definição no momento.
— Chamamos de internacionalização temporária você internacionalizar o aeroporto por um tempo necessário para a operação do voo internacional. Vamos supor que na semana da Páscoa você tenha 10 voos da Argentina e do Uruguai para Gramado de Canela, então nós vamos internacionalizar nesta semana para que ele possa receber esses voos e esses turistas estrangeiros — detalha Barzellay.
Para isso, ele explica, é necessária a montagem de estruturas da Polícia Federal, Receita Federal e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e, posteriormente, a homologação pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac):
— Para nós, se o avião partir de Buenos Aires ou se partir de São Paulo, a estrutura do aeroporto tem que estar adequada de qualquer maneira. Como não tem voos ainda, eu posso dar uma opinião como cidadão, não como presidente da Infraero, eu acho que tem tudo para dar certo.
Quem comemora a possibilidade de voos internacionais é o secretário Estadual do Turismo, Ronaldo Santini. Segundo ele, isso beneficiará a movimentação em um dos principais destinos do Rio Grande do Sul, principalmente após a tragédia climática de maio.
— Viemos investindo muito em publicidade, promoção, em comercialização de destinos turísticos em países do nosso entorno, e outros que temos conexões diretas, mas a importância de equipamentos que atendam a isso é um dos grandes desafios. Acontecendo isso, por óbvio, teremos muitos hermanos (irmãos), inicialmente argentinos e uruguaios que vão optar por vir de avião — declara Santini.
Investimento de R$ 22 milhões em Torres
Também foi entregue, nesta semana, a primeira parte do pacote de obras estruturais e melhorias no Aeroporto Regional de Torres, com investimento aproximado de R$ 22 milhões. As melhorias incluem o alargamento da pista de taxiamento de aeronaves, que passou de 16 metros para 25 metros, atendendo às exigências para aeronaves da categoria 3C, como Boeing 737 e Airbus A320, com média de 165 passageiros.
Todo o sistema de pista de pousos e decolagens, de taxiamento e pátio de aeronaves recebeu nova sinalização, sendo criadas cinco posições para aeronaves e uma para helicóptero. Além disso, foram concluídos os serviços de instalação do Papi em ambas as cabeceiras. Os equipamentos, agora, deverão ser homologados pelos órgãos competentes.
O presidente da Infraero não descarta estudos também no Litoral para internacionalização temporária do aeroporto de Torres.
— Acho que esses quatro meses que chamamos de veraneio no Sul, e eu sou filho de gaúchos e sei o que é isso, Torres tem uma população flutuante cinco seis vezes (maior) do que o pessoal que mora na região. Não vejo por que o pessoal não poder vir da Argentina e do Uruguai (de avião) — adianta.