Um problema antigo, mas que continua causando problemas para a população de Caxias do Sul: o furto de fiação telefônica e de energia elétrica. Essas ocorrências geralmente são registradas à noite e têm como objetivo retirar o cobre que compõe a fiação e revendê-lo no mercado clandestino.
Um dos locais afetados recentemente foi a Unidade Básica de Saúde do bairro Mariani. Há cerca de 40 dias foram furtados os cabos de telefone fazendo com que a UBS ficasse sem o serviço. Segundo o presidente da Associação de Moradores do Mariani, Diego de Gois, durante esse período as consultas precisaram ser marcadas presencialmente, além de dificultar a resoluções de situações simples que poderia ter sido resolvidas como um simples telefonema.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) assim que o furto foi comunicado, a pasta acionou a operadora de telefonia Oi para que fosse providenciado o conserto. Ainda sefundo a pasta, a empresa de telefonia teria reinstalado os cabos na última sexta-feira (19) e havia informado que o reparo seria realizado na segunda-feira (22), mas, até a terça-feira (23) a tarde, a linha ainda não havia sido reestabelecida. Por isso, a SMS deve procurar resolver essa situação por meio da Justiça, se necessário for.
Quem precisar contactar a UBS Mariani deve ligar para o telefone funcional (54) 98423-1564.
Ponto de Cultura também foi impactado
Outro ponto que foi alvo deste tipo de furto é o Ponto de Cultura UAB Cultural da União das Associações de Bairros (UAB), que compartilha o espaço com a Associação dos Clubes de Mães de Caxias do Sul (ACMCS).
No local são realizadas diversas atividades culturais e comunitárias, além da realização de feiras de artesanato, brechós, aulas de capoeira e até mesmo cursos de capacitação. O furto ocorreu entre a madrugada de domingo (14) e a segunda-feira (15), Feriado da Proclamação da República.
De acordo com o presidente da UAB, Valdir Walter, a Secretaria de Obras de Caxias foi acionada e já está trabalhando para solucionar o problema. A previsão é de que a luz seja reestabelecida nesta semana e também seja instalado um alarme para tentar evitar futuros furtos.
— A gente fica triste porque é um local que todo mundo utiliza e tem vários projetos que ficam prejudicados. As pessoas que furtam provavelmente utilizam estes espaços ou têm algum familiar que utiliza — explica Walter.
Prejuízos aos cofres públicos
Além do transtorno e interrupção de serviços, os furtos também deixam um rastro de prejuízos para os cofres públicos. Esse tipo de crime só se mantém em alta porque há dificuldade para identificar os ladrões e punir os receptadores do material. Até março de 2021, um levantamento da Secretaria de Obras e Serviços Públicos apontava que o prejuízo para os cofres municipais era de R$ 90 mil em relação aos danos causados no ano passado. Além disso, a estimativa é de que foram repostos mais de 8 quilômetros de cabos e outros equipamentos para o reparo após ações do tipo.
Para Walter, a Guarda Municipal deveria agir de forma mais efetiva para coibir esse tipo de furto e identificar quem movimenta este mercado.
— O problema de tudo não está em quem roubou, mas em quem está comprando. Temos que identificar essas pessoas para resolver o problema, se não houver quem compre, não vai ter gente roubando. O órgão municipal deveria dar uma atenção maior a isso, principalmente os prédios públicos — analisa ele.