Foram identificados como Antonio Carlos Scheidt de Oliveira, 65 anos; e Joreci da Silva, 61, o casal morto no grave acidente que parou a Rota do Sol na manhã do sábado (30). Eles estavam num Sandero, com placas de Caxias, que se envolveu numa colisão com um caminhão e um Fiat Linea no km 230 da rodovia, entre as localidades de Várzea do Cedro e Tainhas.
Os corpos de Antonio Carlos e Joreci foram encaminhados ao Posto Médico Legal (PML) de Taquara, de onde foram liberados na manhã deste domingo (31). Os velórios devem ocorrer ao longo do dia, de maneira conjunta, na Igreja Renovação em Cristo do bairro Mariani, em Caxias. O bairro, aliás, servia de morada para Antonio Carlos e Joreci há pelo menos 20 anos, tempo no qual conquistaram muitos amigos naquela comunidade. Os sepultamentos serão no Cemitério Público de Caxias, com horário ainda a definir.
45 anos de casados
Antonio Carlos era natural de Lagoa Vermelha e Joreci era catarinense, mas ambos viviam em Caxias há 32 anos. O casal de aposentados sofreu o acidente fatal quando se deslocava até Florianópolis (SC), para visitar um irmão de Joreci.
Juntos há 45 anos, os dois eram o alicerce da família que construíram com muita luta e amor. Eles deixam três filhos, 10 netos e duas bisnetas.
— Eles foram um exemplo para minha vida, lutando sempre juntos — diz a filha Raquel Silva de Oliveira Beneton, 42.
Ela destaca ainda a educação, a força e a alegria de vida como principais legados deixados pelos pais. Raquel vive numa casa que fica no mesmo terreno de Antonio Carlos e Joreci, e por isso convivia diariamente com ambos. Ela conta que o pai tinha a mania de acordar cedo e ligar o rádio para escutar as músicas gaúchas que tanto amava. Também gostava muito de tomar o chimarrão preparado pela filha, além de fazer pegadinhas e brincadeiras com todos.
— Era um homem muito feliz, que contagiava a todos ao redor dele. Também sempre foi um homem forte, passou por AVC três vezes, ficou no hospital por muitos dias. Depois de um tempo, também pegou o coronavírus e mesmo assim foi forte e conseguiu vencer essa batalha — lembra a filha.
Assim como o esposo, Joreci também tinha a simplicidade como uma de suas principais marcas. Raquel lembra que a mãe também era bastante vaidosa, adorava andar sempre enfeitada com joias e brincava dizendo que gostaria de viver até os 120 anos, para poder ver os netos e bisnetos crescerem.
— Ela era uma ótima avó, fazia de tudo pelos netos dela. Era o alicerce da família, sempre lutando por nós — resume a filha.