Os funcionários da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) paralisaram atividades no começo da tarde desta quinta-feira (16). Eles estão no pátio da empresa, com portões fechados. Os caminhões que sairiam para a coleta às 12h30min não deixaram o local.
O motivo do movimento é, segundo os servidores, a precarização da estrutura para o trabalho. Eles alegam que faltam alguns equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas e álcool para higienização, que os caminhões estão trafegando com pneus desgastados, colocando em risco as equipes e que as roupas também estão em situação ruim. Além disso, dizem que os servidores da área da construção civil vão deixar de receber os 40% correspondentes à insalubridade.
— Estão tirando os direitos adquiridos que a gente tem. Hoje (quinta) falaram que vão tirar os 40% da construção civil. Quem não assinar a desistência dos 40% vai levar advertência. Tem EPIs que não têm, os caminhões estão saindo precários, mas não estamos deixando de trabalhar. A gente está aqui para trabalhar e erguer a empresa. Só que eles só veem o lado deles — disse um trabalhador, que terá a identidade preservada.
O chefe de gabinete da prefeitura, Cristiano Becker da Silva, está indo à Codeca para falar com os funcionários. Em maio, vereadores de Caxias relataram vários problemas na companhia, entre os quais os citados pelos servidores.
A presidente da Codeca, Helen Machado, diz que a explicação para as dificuldades pelas quais a empresa passa está na situação de déficit financeiro, que chega a quase R$ 30 milhões. Um plano de ações foi apresentado aos parlamentares e, entre os dados mostrados pela presidente, estava o de pagamento de periculosidade e insalubridade, que foi de R$ 4.119.684, em 2020, num total de R$ 6.261.920 com os encargos no ano, o que representa 5,73% da receita.
A reportagem contatou a companhia sobre a manifestação, mas, até esta publicação, não houve retorno.