O número de castrações gratuitas, serviço prestado pela prefeitura para conter a proliferação de animais abandonados, está abaixo do esperado em Caxias do Sul. Conforme a reportagem já havia adiantado no início do mês, o município está solicitando ajuda dos protetores envolvidos com a causa animal para aumentar o número de bichos castrados por mês. Esse cadastramento é apenas para protetores. A população em geral tem que se cadastrar nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A lista dos anos anteriores com as fichas de interessados perdeu a validade. Por isso, quem tiver interesse deve realizar um novo cadastro nos postos de saúde.
Já os protetores de animais interessados em participar do cadastramento têm que assinar um termo e, depois, receberão fichas para a castração. O cadastro vai ocorrer nesta quinta-feira (24) na sede da secretaria municipal do Meio Ambiente (Semma), que fica na Avenida Ruben Bento Alves, 8.308, no bairro Cinquentenário, às 14h30min. Os protetores devem levar documento de identificação (RG e CPF ou CNH) e um comprovante de residência atualizado para realizar o cadastro. Mais informações pelo número (54) 3901-1445, ramal 230, das 8h às 16h.
O serviço de castração gratuita foi usado neste modelo até 2017, quando a administração do então prefeito Daniel Guerra mudou o programa, o que foi duramente criticado por representantes da proteção animal. Isso porque tornou mais difícil que os protetores intermediassem o procedimento. Em 2020, o município ficou cinco meses sem contar com o serviço gratuito até que, em janeiro deste ano, uma clínica venceu a licitação para retomar os procedimentos.
Contudo, dos 523 procedimentos previstos por mês, foram feitos em média 213, segundo o secretário municipal do Meio Ambiente João Osório Martins. Um dos motivos é que os tutores demostram interesse e depois não levam os animais para o procedimento ou estão com dados desatualizados, o que compromete o contato entre a prestadora de serviço e o proprietário do animal. De acordo com os protetores, neste ponto pesa o fato do município não transportar os animais para serem castrados, sendo que a maioria das pessoas que busca o serviço gratuito é de baixa renda e não tem como levar o pet no dia do procedimento.
— Temos capacidade técnica e estrutura para castrar mais de 500 animais por mês, como fizemos de 2010 a 2020, mas não depende só de nós. Os maiores problema que temos são as pessoas que não retornam o contato, pessoas que agendam e não comparecem e a baixa quantidade de cadastros enviados. Os serviços só poderão ser prestados em sua totalidade se forem encaminhados animais suficientes para isso — diz Giovana Dall’Agnol, proprietária da clínica que venceu a licitação para realizar as castrações via prefeitura.
Ainda segundo Giovana, o tempo de espera para uma castração - do cadastro na UBS até a realização do procedimento - está em 30 dias. Já Martins esclarece que o transporte não foi contratado justamente para aumentar o número de castrações.
— A Semma também não se nega, quando necessário, em fazer esse transporte. Temos uma caminhonete e acho que depende muito do interesse do morador de conseguir chegar até a clínica — diz o secretário.
Hoje, a inscrição para a realização da castração é centralizada nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), mas com o cadastramento de protetores o número deve subir.
CADASTROS NÃO ATENDIDOS - Dados até 20 de junho
Não atende telefone: 287
Não compareceu na data agendada: 90
Não conseguiu transporte: 26
Não possui mais o animal: 24
Não quer mais castrar: 13
Cachorra esperando filhotes: 10
Filhotes: 8
Animal morreu: 9
Já castrados: 16
Dependentes de captura: 12
Sem contato: 10
Cadastros novos: 85
Outros: 10
Agendados: 67
Fonte: Giovana Dall’Agnol, proprietária da clínica que venceu a licitação para realizar as castrações via prefeitura.