O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou por volta das 10h em Canela para assinar o termo de concessão da Floresta Nacional. Ele foi recebido por lideranças locais, regionais e estaduais. Durante o ato, que durou menos de 30 minutos, houve aglomeração. O ministro concedeu entrevista sem máscara e posou para fotos com apoiadores que também não usavam o acessório essencial para prevenir o coronavírus.
O ministro falou sobre a importância da concessão da Floresta Nacional de Canela para garantir investimentos aos parques nacionais, possibilitando aumento de visitação, inclusive com a construção de um hostel para dar acesso a todos os públicos, impulsionando turismo e, segundo ele, garantindo a preservação ambiental. Salles garantiu que a iniciativa ainda vai gerar emprego e renda para a comunidade. A concessão da Floresta Nacional de Canela será por 30 anos e prevê investimento de R$ 93 milhões.
— A atração do investimento privado e, portanto, o desenvolvimento de várias novas alternativas para o turismo, fará com que aumente substancialmente a visitação nos parques. Com isso se tem mais estrutura, por exemplo, de alimentação, trilhas que serão abertas e demarcadas, outras atividades de ecoturismo, como tirolesa, um local que permite a parte de educação ambiental e até hospedagem. Ao mesmo tempo, para a cidade é um polo de atração de empregos — declarou o ministro.
Sobre o modelo de concessão, Salles explicou que esse é uma novidade que permite liberdade de investimento ao concessionário:
— Permite que o empreendedor vá criando produtos e serviços ao longo do período de 30 anos. Algumas concessões mais antigas, por exemplo, não tinham internet, aí não se tinha wi-fi nos parques porque o contrato não previa. O modelo atual diz que toda vez que surgir uma tecnologia ou interesse por serviços, o empreendedor tem a liberdade de implementar, inclusive, por sua conta e risco. Ele vai decidir que tipo de serviços e alternativas vai querer investir mais. Em vez de ficar engessado em um modelo preconcebido, se coloca claramente as preocupações ambientais, essas sim inegociáveis, mas na parte de gestão é a liberdade de escolha do empreendedor que vai determinar isso — explicou.
Questionado sobre o que o edital traz sobre a possibilidade de supressão de parte da floresta para a implantação de infraestrutura, o ministro disse que desde o início do processo se estabeleceu as prioridades ambientais, cuidados a serem tomados, áreas que podem ter supressão parcial de vegetação e também onde deve ser feito replantio necessário para manter o equilíbrio das unidades de conservação que tem papel ecológico. As áreas que podem sofrer supressão, segundo Salles, são identificadas no edital:
— Aqui não e só o turismo, obviamente, que é muito relevante, mas a parte de natureza é tão relevante quanto. A concessão é pensada em todos esses aspectos juntos, o econômico, o turístico e o ambiental.
Sobre os acessos à Flona, o ministro disse que é de competência estadual. A estrada que dá acesso à floresta tem um trecho de 3,1 quilômetros de chão batido em condições precárias, com muitos buracos.
Salles também disse que as concessões dos parques nacionais do Rio Grande do Sul são modelo para os demais do país. Os parques de Cambará do Sul estão em fase final de concessão, faltando a assinatura do contrato o que deve ocorrer nos próximos dias. Já a Floresta Nacional de São Francisco de Paula deve ter o edital lançado em até duas semanas.