A Associação das Entidades Representativas de Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICS Serra) buscará articulações junto ao Ministério da Infraestrutura para a manutenção de estudos para investimentos na BR-470, na Serra gaúcha. A preocupação ocorre devido ao anúncio do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit) de redução no orçamento em todo o país. Além dos investimentos na rodovia federal, no Estado o contingenciamento também atinge os levantamentos para a extensão da Rodovia do Parque, conhecida como Rodovia da Serra. Os dois projetos estão entre as principais bandeiras da CICS Serra.
O corte orçamentário da autarquia foi de 35% para ações de manutenção e de 90% para a elaboração de projetos. Para essa última rubrica, o valor disponível para o ano é de R$ 20,34 milhões, um décimo do previsto.
Uma das principais preocupações com relação à BR-470 diz respeito à pavimentação do trecho entre André da Rocha e o entroncamento com a BR-285 na localidade de Barreto, em Lagoa Vermelha. A contratação dos projetos para a realização da obra foi encaminhada pelo Dnit no segundo semestre do ano passado. Agora, a CICS Serra teme que o investimento não saia do papel se nenhum trâmite tiver continuidade agora.
— Entendemos que a obra vai demorar, mas o projeto é importante que siga vivo para não cair numa gaveta qualquer e ser esquecido pelo Dnit. É evidente que há prejuízo, mas o importante é que não se esqueça da obra — observa o presidente da entidade, Elton Gialdi.
Com relação à extensão da Rodovia do Parque, Gialdi afirma que a entidade já esperava que as obras só se tornassem realidade daqui a cinco ou seis anos. O motivo, na avaliação dele, é que o governo federal deve priorizar investimentos no aumento da capacidade da BR-116, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o que inclui o viaduto sobre o Rio do Sinos.
— A extensão da Rodovia do Parque, por ser mais custosa, vai ficar em segundo plano. Está muito claro que as duas obras não serão contempladas ao mesmo tempo. Entendemos que estamos abandonados na questão da infraestrutura. Há no mínimo 30 ou 40 anos o Rio Grande do Sul não tem um investimento importantes em transporte — observa.
Embora entenda que o orçamento federal esteja bastante comprometido, situação que ficou ainda mais grave com a pandemia, o presidente daa CICS Serra afirma que ainda assim o contingenciamento pegou a entidade de surpresa, especialmente com relação ao asfaltamento da BR-470.
— O projeto já estava em andamento, bem anunciado. Entendemos que é uma obra de suma importância, que seria mais uma rota para acessar o centro do país — destaca.
A elaboração do projeto de pavimentação dos 47 quilômetros da BR-470, entre André da Rocha e Lagoa Vermelha, tinha duração prevista de um ano com custo de R$ 3 milhões. A realização das obras ainda dependia da captação de recursos. Esse é o único trecho não pavimentado na região. A BR-470 começa em Camaquã, no sul do Estado, e termina na cidade de Navegantes, em Santa Catarina.
Apesar do corte orçamentário, o Dnit anunciou que deve remanejar recursos para manter o andamento de projetos que forem considerados prioritários.