Após a reclamação de vizinhos, que têm medo que os cinco andares de duas torres de um prédio no bairro Samuara, em Caxias do Sul, desabem a qualquer momento, a Defesa Civil foi vistoriar o local. A estrutura fica na Rua Guerino Zugno, na altura do número 1.594. A prefeitura enviou técnicos ao local para verificar se havia possibilidade de riscos.
A informação do secretário de Urbanismo, João Uez, é de que o proprietário - cujo nome não é divulgado - foi notificado. Isso significa que ele terá 15 dias para enviar um laudo sobre a situação do empreendimento à prefeitura, assinado por um responsável técnico. Caso o documento ateste risco de desabamento, ele precisará apresentar um cronograma imediato de obras de recuperação. Se o laudo constatar que não há problema com a estrutura, ainda assim ele terá que efetuar a limpeza do mato no local, bem como providenciar a troca de tapumes.
— Se o laudo comprovar a seguridade, eles serão responsáveis por qualquer fato que vier a ocorrer, como o desabamento — diz Uez.
Segundo o agente da Defesa Civil em Caxias, Jeferson Marchioro, a construção apresenta fissuras:
— O prédio está deteriorando. Há apartamentos, na frente e aos fundos, e no meio há uma escadaria. Nesta parte há rachadura considerável e, por isso, suspeitamos que houve uma acomodação de terreno, além de uma construção mal feita. Uma parte pode desandar, especialmente a dos fundos. Tem uma casa bem atrás que pode ser atingida. É onde mora uma senhora com problemas cardiovasculares.
A moradora é Marlize Brito, 56 anos. Ela e o marido, André Brito, 50, sofrem de hipertensão e estão com medo de residir exatamente ao lado da obra esquecida.
— Nós temos problemas de coração e não conseguimos dormir com medo que desabe. Ouvimos estalos da construção à noite. É nossa casa, nosso teto. Se chegar a desabar vamos para onde? — diz.
O projeto da obra na Rua Guerino Zugno é datado na prefeitura em 2011 e, desde que ficou abandonada, os moradores se revezam para substituir tapumes podres no entorno da construção. Eles pregam materiais de proteção, como madeiras e restos de tocos, para impedir a entrada de estranhos.
— Muita gente tenta entrar para fumar, então tivemos que agir para nossa segurança — diz Marlize.