Quase três meses após o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) realizar manutenção emergencial nas rodovias da Serra, buracos voltaram a aparecer no trecho entre Caxias do Sul e Farroupilha. Os problemas ocorrem tanto em pontos da RS-122, quanto da RS-453, mas, para quem realiza o trajeto com frequência, não chega a surpreender: os buracos ressurgiram nos lugares de sempre.
Um dos pontos que mais exigem atenção dos motoristas é o km 65, em Forqueta. A pista de direita, no sentido Caxias-Farroupilha, conta com várias crateras. Quem trafega no sentido contrário também precisa ter atenção para ondulações na pista e um buraco grande na saída do retorno.
O cuidado também precisa ser redobrado no entorno do antigo pedágio de Farroupilha. Nesse ponto, é possível perceber buracos inclusive em trechos com asfalto mais recente. Em ambos os sentidos, o motorista encontrará os principais problemas após passar em frente ao Pelotão do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM).
O caminho dos buracos também exige uma parada no km 61, próximo à saída de Farroupilha para Porto Alegre. Embora o trecho já tenha apresentado condições bem mais precárias no passado, há buracos grandes, com potencial de causar transtornos a um condutor distraído.
O trecho de Farroupilha da RS-453 apresenta menos problemas. Ele foi percorrido pela reportagem, entre a saída para Porto Alegre e o entroncamento com a RS-448 (que leva a Nova Roma do Sul), e também apresenta buracos e asfalto desgastado, mas em menor quantidade e tamanho. As depressões se concentram principalmente no entorno da rótula de acesso ao Santuário de Caravaggio e do entroncamento com a RS-448.
De volta a Caxias do Sul, o trecho da RS-122, que integra o contorno norte da cidade, entre o viaduto torto e a saída para Flores da Cunha, é outro trecho que desafia os motoristas. Embaixo do viaduto já é necessário desviar de uma cratera e buracos grandes também se concentram em frente a um posto de combustíveis no bairro Cidade Industrial. Também existem danos na pista próximo à ponte sobre o Arroio Tega. O trecho mais problemático, contudo, segue sendo entre o viaduto sobre a Rua Ludovico Cavinato e o viaduto de saída para Flores da Cunha. Nesse trecho, além de buracos, é preciso enfrentar ondulações e pista irregular. Apesar disso, o ponto já apresentou condições piores no passado.
A má condição das rodovias encarece o escoamento da produção justamente em um período de aumento nos custos logísticos, causado pelo alto preço dos combustíveis e da manutenção dos veículos. O caminhoneiro Gilberto Rezzadori, 65 anos, transporta frutas e verduras no eixo Feliz, Farroupilha e Bento Gonçalves. Com o aumento de custos, ele já pensa em desistir de trabalhar.
— Teve épocas que estava pior, mas agora está chegando nesse nível. Boa mesmo ela nunca esteve. Fazem operação tapa-buraco, mas em questão de meses abre tudo de novo. Pelo menos se a estrada fosse boa, quanta coisa daria para poupar — lamenta.
A reportagem procurou o Daer para conferir se há previsão de reparos emergenciais, mas não havia obtido retorno até o início da tarde. O trecho verificado deve ser concedido em maio de 2022, segundo o cronograma do Estado. Além da duplicação, o contrato também vai prever a manutenção periódica das rodovias. Até a assinatura do contrato, porém, ainda é preciso discutir o modelo de concessão com a região e realizar o leilão que vai selecionar a empresa.