Médico e servidor público há 30 anos, Gilmar Padilha Flores, 58 anos, foi a primeira pessoa a receber a imunização contra a covid-19 em Caxias do Sul, nesta terça-feira (19). A dose da vacina foi aplicada às 14h, na UPA Central, pela enfermeira Mirian Sartor Pedroni, 62, também servidora municipal há 23 anos.
Flores foi um dos responsáveis pela implantação do Samu no município, sendo o primeiro médico plantonista do serviço em Caxias. Desde que se formou, em 1990, trabalhou em praticamente todos os pronto-atendimentos da cidade.
O momento tão aguardado foi acompanhado pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde, incluindo a secretária, Daniele Meneguzzi, e o diretor da SMS, Dino de Lorenzi, que explicou a escolha por Gilmar Flores para o ato simbólico:
— Foi um critério que levou em conta o fato de se tratar de um profissional do serviço de saúde e emergência, que pela peculiaridade deste serviço se expõe ainda mais ao risco de contágio, a idade, mais de 50 anos, e o fato de ser um servidor muito antigo, que atua no Samu desde a sua inauguração em Caxias do Sul.
Após receber a primeira das duas doses necessárias para concluir a imunização, o médico comemorou, mas ressaltou que ainda há muito trabalho pela frente:
— É um momento de reflexão, para que a gente saiba que tudo o que a gente passou está começando a ter um resultado positivo. Seguiremos com o objetivo de prestar o melhor atendimento possível, agora com um pouco mais de segurança, porque até o momento a gente trabalha sem saber como vai ser no dia seguinte. E, a partir de agora, a gente vai poder ter um pouco mais de esperança de que o dia seguinte vai ser melhor.
Depois de ser surpreendida na manhã de segunda-feira (18) com a notícia de que seria a responsável por aplicar a primeira dose da CoronaVac em Caxias, a enfermeira Mirian Pedroni, que teve um irmão internado no hospital por 45 dias com covid-19, destacou que o momento é uma mistura de alívio com ansiedade:
— Já participei de momentos importantes, que marcaram o início de outras campanhas de vacinação, mas nunca com essa expectativa. Foram muitas vidas perdidas, muita angústia ao ver colegas sendo contaminados, ver meu irmão (Edson Sartor, 58) sofrendo no hospital. Quando me convidaram para esse momento, o coração bateu mais forte, mas aceitei na hora.