A movimentação de pedestres, clientes de feira e lanchonete fazem com que o trecho da Avenida Júlio de Castilhos, na quadra entre as ruas Doutor Montaury e Marquês do Herval, seja intenso no centro de Caxias do Sul. nesta sexta-feira. O cenário soma-se, ainda, à presença de cantores e vendedores de rua. Não bastasse isso, a praça Dante Alighieri é palco da Feira do Livro que, mesmo com programação presencial suspensa, mantém as bancas de livros no espaço ao redor do chafariz central.
Os toldos e ambientes, que fazem parte do evento literário, fizeram comm que o espaço onde o Ponto de Safra é montado normalmente fosse colocado mais próximo à calçada da Júlio. É exatamente nesta área que encontram-se diferentes públicos. Em meio aos frequentadores, um cantor de música gospel tocava violão e conversava com interessados. Questionado sobre estar em local que gera aglomeração, ele responde:
— O povo não pode ficar triste, a música traz alegria. As pessoas me apoiam — alegou o homem, que preferiu não se identificar à reportagem.
Ao lado do músico, vendedores de casquinhas de sorvete se desdobravam para atender aos clientes. Um dos funcionários relatou que a quantidade de pedestres na praça nesta sexta-feira nem se compara ao que vivenciou há uma semana.
— Na sexta passada, com Black Friday, não dava nem para se mexer aqui — contou ele, que pediu o anonimato.
O feirante do Ponto de Safra opina sobre o comportamento da população no centro da cidade. Ademir Vicenzi, 54, vende maçãs, pêssegos e hortifrutigranjeiros todas as sextas no local.
— A movimentação para nós está normal e percebo que os clientes estão se protegendo. O problema é que tem muitas pessoas que vem a passeio e outros são aposentados e ficam parados por aqui — diz.
Uma moradora do centro passeava com a cadela Pipoca no local por volta das 11h. A aposentada e cuidadora Terezinha Mondoni diz que o fato de a cidade estar em bandeira vermelha não muda em nada a circulação de pessoas.
— Pelo contrário. Bandeira mais, bandeira menos, o pessoal está é perdido. Não sei por que eu tenho que ficar em casa? Tenho que me cuidar, mas ter uma vida normal — diz a moradora, que passeia diariamente com Pipoca.
Na praça, há uma viatura da Guarda Municipal estacionada na esquina da Rua Doutor Montaury com Avenida Júlio. Conforme o diretor da Guarda Municipal, Jeferson Vargas, o efetivo que está no local presta apoio à Feira do Livro e não atua em ações de fiscalização sobre aglomerações.
Pela manhã, a movimentação no Parque dos Macaquinhos destacou-se apenas por um público que fazia exercícios físicos. A prática é permitida conforme o decreto em bandeira vermelha. Conforme o diretor do setor de fiscalização da secretaria de Urbanismo, Rodrigo Lazzarotto, as pessoas podem circular com obrigatoriedade do uso de máscara e distanciamento. É permitido caminhar, passear com o cachorro e fazer atividades, mas é proibido permanecer no local. Questionado sobre a situação de aglomerações na praça, Lazzarotto afirma que equipes da prefeitura estudam alternativas para conter a movimentação.
Na última terça-feira (1º), a prefeitura divulgou que irá intensificar fiscalização e que multas de até R$ 35 mil poderão serão aplicadas a estabelecimentos, além de pedestres que poderão ter que pagar até cerca de R$ 700 caso estejam se máscara ou em meio a aglomerações. Nesta sexta-feira (4), um novo canal de denúncias foi lançado. Além do número 156, do Alô Caxias, o cidadão poderá acionar o Whatsapp: (54) 98418-7594.