O homem suspeito de ter assassinado a companheira, em Lagoa Vermelha, na noite desta quarta-feira (7), se apresentou na Delegacia da Polícia Civil no final da manhã desta quinta-feira (8).
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O homem chegou sozinho na sede da delegacia, pouco antes do meio-dia, cerca de 14 horas após o crime. No momento do depoimento, requereu o direito de ficar em silêncio. Assinou o documento e foi embora.
Segundo o delegado José Marcos Falcão, que conduz a investigação, o suspeito tem passagens pela polícia por crimes como ameaça, estelionato, extorsão, sequestro e homicídio, entre outros. Ainda conforme o delegado, ele tem condenação e cumpriu pena no município, mas alguns dos crimes foram cometidos em outras cidades.
Sobre o caso atual, Falcão conta que o casal tinha histórico de violência, mas a vítima, Roselene de Fátima Oliveira, 45 anos, nunca registrou ocorrência policial ou solicitou medida protetiva. Na noite desta quarta, os vizinhos ouviram um tiro, viram o homem sair da casa e foram ao local, onde encontraram Roselene já sem vida. O casal morava em uma residência na Rua Paulino Pereira de Anchieta, no bairro Ernani Dias de Moraes. Roselene foi atingida por um único tiro no pescoço. A arma não foi localizada e a perícia feita no local não apontou com precisão o calibre, o que deve ser feito por meio de laudo após análises.
– É uma pessoa que está à margem da lei há algum tempo, mas em relação a Maria da Penha não tem registro. Tinha histórico de agressões de mais de 20 anos. Era conhecido (pelos vizinhos) que ela apanhava. Eles (vizinhos) ouviram brigas, como todos os dias ouviam, e não interferiram. Ele era uma pessoa bem violenta no bairro. Depois do disparo, viram ele correndo, foram prestar socorro e viram que ela já estava morta – contou o delegado.
Sem entrar em detalhes para não atrapalhar o inquérito, o delegado diz que o foco agora será nas circunstâncias em que o crime ocorreu:
– A autoria já está apontada, o que vamos fazer é tentar descobrir a motivação, entender porque em 20 anos de agressões agora ele partiu para o feminicídio.
O corpo de Roselene foi encaminhado ao Posto Médico-Legal de Passo Fundo. Até a publicação desta reportagem, não havia sido liberado para sepultamento.
Como denunciar:
:: Para denunciar casos de violência contra a mulher, use o Disque 100 ou contate o Disque-Denúncia pelo telefone 181. Além disso, há os Centros de Referência da Mulher, delegacias especializadas, Defensoria Pública e Promotoria de Justiça, inclusive online, pelo site do Ministério Público.