A rede de abastecimento de água de Caxias do Sul passará por inspeção para identificar vazamentos. O trabalho será realizado por uma empresa contratada pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). Atualmente, o índice de desperdício de água tratada na cidade chega perto de 50%. O número não considera vazamentos ocorridos dentro das residências, depois de passar pelos hidrômetros.
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Segundo o diretor-presidente do Samae, Ângelo Barcarolo, existem dois tipos de perdas na rede: as físicas, causadas por rompimentos nas tubulações, nem sempre identificadas com rapidez, e as aparentes, resultado de ligações clandestinas, especialmente em áreas irregulares, e isenções. O objetivo da inspeção é verificar principalmente onde estão os vazamentos.
Técnicos da empresa contratada utilizarão equipamentos para medir a pressão e a vazão da água ao longo de diversos pontos da rede. Caso alguma discrepância seja constatada, sensores ajudarão a localizar o ponto exato de vazamento, para que o reparo seja encaminhado. O trabalho será realizado gradualmente em toda a cidade, que será dividida por setores.
— Vamos poder literalmente detectar o que é aparente e o que não é. Essas ações visam diminuir as perdas. É essencial, importantíssimo e deve ser continuado. O que for apresentado já vamos atacar — avalia Barcarolo.
As primeiras regiões avaliadas serão as que possuem redes mais antigas, sujeitas a rompimentos mais frequentes. Além disso, a inspeção deve se concentrar principalmente nas tubulações menores, já que as grandes adutoras são monitoradas por técnicos da autarquia e os problemas são mais conhecidos.
O Samae já teve contratos do tipo no passado, mas nenhum levantamento ocorreu nos últimos anos. A parceria para o início das verificações deve ser assinada nos próximos dias e tem duração de um ano ao custo de R$ 1,1 milhão. O contrato pode ser renovado anualmente até atingir o limite de cinco anos.
Substituição de rede
Além da identificação de vazamentos, o Samae também pretende substituir adutoras mais antigas e suscetíveis a rompimentos. Entre elas está uma tubulação de 500 milímetros do sistema Faxinal. O rompimento do encanamento deixou regiões da cidade sem água por quatro dias em agosto e caso semelhante já havia sido registrado em fevereiro.
Segundo Ângelo Barcarolo, a nova adutora será implantada em outro traçado e a expectativa é licitar a obra ainda em 2020. O custo é estimado em cerca de R$ 30 milhões.