Demonstrar a empatia estimulando a doação de sangue. Dessa forma que estudantes universitários de Caxias do Sul criaram o projeto Do.Ação. A ideia que surgiu a partir de uma disciplina prática do curso de Relações Públicas do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG) está ganhando visibilidade nas redes sociais e pelas ruas da cidade.
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Formado pelos estudantes Clara Baratto, Jamila Bernardi, Juliana Machado, Kimberly Nunes, Natália Chagas e Rodolfo Girardi, o grupo precisou mostrar como a profissão de relações públicas pode contribuir para a sociedade de forma prática.
— Com o objetivo de mostrar a empatia através de ações é que surgiu a ideia da doação de sangue. Ela não faz parte da cultura caxiense, a gente está ainda aprendendo a ter esse costume. Então nosso grupo seria o canal para passar essas informações, estimular a doação e ajudar a divulgar quando alguém precisa de sangue. O objetivo é levar essa necessidade às pessoas, porque dessa forma você não só doa sangue, mas sim salva vidas — explica Kimberly.
Por se tratar de um momento em que não se podem realizar ações presenciais, os estudantes pensaram em outras formas de desenvolver a proposta. Inicialmente o projeto ganhou um perfil no Instagram (@projetodo_acao) e outro no Twitter (@projetodo_acao). A partir das redes sociais, o grupo está realizando publicações em que incentiva com que as pessoas doem sangue, postem e os marquem. Os estudantes que criaram até a #DoePorTodos, estão percebendo o engajamento das pessoas, que estão postando em seus stories e divulgando com os amigos.
Mais do que informações, as publicações de Do.Ação nas redes sociais estão sendo feitas para desmistificar várias dúvidas de pessoas que gostariam de doar e não doam por algum receio. Uma das situações é a de que pessoas com tatuagem não podem fazer doação de sangue. Isso é um mito. As pessoas só precisam esperar um ano entre a data da tatuagem e a doação, como forma de segurança às pessoas que vão receber o sangue.
Além das postagens no Instagram e Twitter, os discentes distribuíram mensagens em postes da cidade como forma de inspirar a ação empática e o exercício da solidariedade com o outro.
— As mensagens são bem claras e diretas para que os doadores entendam que são trinta minutos que podem salvar quatro vidas e que, se eles não nos ajudarem, ninguém vai conseguir nos ajudar. Isso só depende da gente. Elas foram colocadas em pontos estratégicos, próximos de hospitais, de serviços de hemoterapia e em paradas de ônibus. São lugares em que transitam pessoas e que o objetivo é levar a realidade sobre a doação de sangue para que dê inspiração necessária para doar — descreve a estudante.
A professora Bruna Silveira, que está à frente da disciplina de Projeto Experimental - Impacto Social, enaltece que até mesmo as pessoas que não podem fazer doação de sangue, como ela, têm uma função essencial nessas campanhas.
— Essas pessoas têm o papel de levar adiante essa ideia e de fazer com que chegue a pessoas que podem fazer essa doação e com isso mudar a vida de uma pessoa e de uma família. Assim se cumpre o objetivo da harmonia social, a ideia de inclusão. Com a doação, eu oportunizo a vida e dou a minha vida, de alguma forma. Afinal, o sangue garante a vida, porque corre em nossas veias e faz pulsar o nosso coração. Aquele que recebe, recebe um pouco de nós — destaca a docente.
Com o sucesso do projeto e os resultados surpreendentes, os estudantes já articulam a continuação de Do.Ação mesmo após o término da disciplina.
— Ao ver que estamos alcançando cada vez mais pessoas, nos inspira a continuar com esse projeto, e enfim, que logo estejamos fazendo ações presenciais também — projeta Kimberly.
Orgulhosa dos alunos, Bruna Silveira conclui que a proposta de deixar um legado como relações públicas para a sociedade, tornando o mundo mais afetuoso e inclusivo, está sendo cumprida com eficiência.
— Entrego o mercado para essas pessoas tendo a certeza de que irão além daquilo que a gente imagina, daquela ideia que se forma na nossa cabeça de que uma profissão precisa só gerar dinheiro, não. Ela precisa gerar uma mudança social e cultural, porque o resto vai ser sempre uma consequência — pontua Bruna.
O DOADOR DEVE
:: Ter idade entre 18 e 69 anos, 11 meses e 29 dias (a primeira doação deve ser antes dos 60 anos)
:: Pesar mais de 50 kg
:: Apresentar documento oficial de identificação com foto
:: Se tiver idade de 16 e 17 anos são aceitos para doação mediante a autorização formal dos pais e/ou responsável legal, acompanhado de cópia da carteira de trabalho ou cópia da identidade do responsável
RECOMENDAÇÕES ANTES DAS DOAÇÕES
:: Estar bem de saúde
:: Estar alimentado, porém evitar refeições pesadas nas três horas que antecedem a doação
:: Não fumar duas horas antes da doação
:: Não ingerir bebida alcoólica nas últimas 12h
:: Tomar dois copos de água
:: Apresentar a receita médica ou o nome dos medicamentos em uso
(Fonte: Secretaria Municipal da Saúde)
ONDE DOAR SANGUE EM CAXIAS?
:: Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs): Rua Ernesto Alves, 2260
:: Banco de Sangue: Rua Garibaldi, 476 - Centro Médico Pasteur
:: Hemovita: Rua Sinimbu, 520 - Edifício Century
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:: Instagram: @projetodo_acao
:: Twitter: @projetodo_acao
Lembre de utilizar a #DoePorTodos