Imigrantes e refugiados que deixaram os países onde nasceram em busca de oportunidades de uma vida mais digna têm enfrentado dificuldades diante da pandemia de coronavírus. Centenas deles escolheram recomeçar na Serra e muitos deles, desde que chegaram às cidades da região, contam com a ajuda do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM). A entidade promove ações para ajudar estrangeiros que precisam de assistência e de informações. As solicitações aumentaram desde março, quando o primeiro caso da doença foi diagnosticado em Caxias do Sul.
As dificuldades enfrentadas, como a crise econômica e o acesso precário à documentação necessária, inclusive, para que possam trabalhar, será tema de uma audiência pública. Os problemas aumentaram já que os atendimentos da Polícia Federal, por exemplo, estavam suspensos até a semana passada.
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O encontro será promovido pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do RS (CCDH/ALRS). O evento ocorre a partir das 9h30min desta quarta-feira (19), por meio de videoconferência e transmissão via canal da Casa Parlamentar no YouTube. Basta acessar o link: http://www.youtube.com/tvalrs.
A iniciativa foi articulada pelo Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), mantido pela Associação Educadora São Carlos (Aesc) e integrante da coordenação do Fórum Permanente de Mobilidade Humana do Rio Grande do Sul (FPMH-RS), por meio do gabinete do deputado estadual Pepe Vargas (PT).
- Existem restrições a alguns serviços que aumentam ainda mais a vulnerabilidade de migrantes e refugiados, os excluindo e, consequentemente, aumentando as formas de discriminação. Racismo e xenofobia são visíveis na sociedade brasileira e aqui na região Sul não é diferente, infelizmente - afirma Adriano Pistorelo, advogado para imigrações do CAM.
Para ele, a conversa é necessária e urgente, especialmente neste momento de pandemia. Pistorelo explica que o acesso a direitos básicos, como a busca por emprego, tem sido uma das grandes dificuldades e preocupações para a comunidade imigrante. Ele ressalta ainda que a Polícia Federal retomou os atendimentos na semana passada, o que irá ajudar a regularizar a situação dos imigrantes. A ideia é criar uma rede de assistência a esse grupo.:
- Muitos estão com seus documentos vencidos e, portanto, são prejudicados em entrevistas de emprego, tendo até desconsideradas as candidaturas às vagas. Muitos perderam o emprego e outros não conseguiram registrar casamentos. A dificuldade com a perda de emprego e renda impactou ainda mais os imigrantes.
O CAM atende aos imigrantes por meios eletrônicos. Basta encaminhar um e-mail para aesc.cam@aesc.org.br ou entrar em contatos pelos telefones (54) 3027.3360 e o WhatsApp (54) 99107.8434 para orientações.
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