O anúncio na tarde desta quarta-feira (19) de uma nova escola no bairro Desvio Rizzo ameniza a falta de vagas no Ensino Fundamental da Zona Sul. Não se trata de uma construção, mas de uma parceria com a Faculdade Anhanguera para a implantação da nova Escola de Ensino Fundamental Desvio Rizzo. O prédio tem capacidade para atender a 1,2 mil alunos mas, em um primeiro momento, 835 estudantes do 1º ao 9º ano irão ocupar as salas de aulas, nos turnos da manhã e tarde. À noite, seguem normalmente as atividades da faculdade.
A diretora da nova escola, Rosemeri Scopel, é uma das pessoas que acompanhou de perto a luta pela abertura de mais vagas no Desvio Rizzo. Segundo revela Flávia Vergani, secretária de Educação, quem indicou o nome de Rosemeri para o cargo de direção foi a própria comunidade, por justamente conhecer o envolvimento dela com a causa.
- Essa é uma luta de 10 anos. Lembro que nós procuramos prefeitos, o Ministério Público, o governo do Estado, fizemos manifestações, abaixo-assinados, enfim, todo tipo de busca, porque a questão é séria - revela Rosemeri, que foi diretora da Escola Professor Nandi e tem especialização em Alfabetização.
A prefeitura reconhece a demanda de vagas na região, que comporta mais de 60 loteamentos. Segundo informações da Secretaria Municipal de Educação (Smed), as escolas Professor Nandi, Rosário de São Francisco, Nova Esperança, Carlin Fabris, Leonor Rosa e Fermino Ferronatto, atendem juntas a 3.224 estudantes do Ensino Fundamental. Nem mesmo estava sendo efetiva a parceria com as escolas estaduais Ivone Triches e Alexandre Zattera porque não comportam mais novos alunos e tão pouco pode-se adequar seus espaços físicos para atender as crianças.
- Temos uma demanda reprimida nessa região e, a cada ano, ela se acentua. Por isso, era necessário um olhar atento da administração para podermos minimizar um pouco a procura por vagas. A escola vai atender a estudantes do 1º ao 9º ano, de alunos que ainda não estão matriculados, em lista de espera, e oito turmas de estudantes que eram atendidos na Escola Estadual Ivone Triches, com quem tínhamos uma parceria. Além disso, vamos transferir alunos que precisavam usar transporte para se deslocar às escolas Cristóvão de Mendoza e Dante Marcucci, para que possam estudar no seu território de origem - explica Flávia Vergani, secretária da Educação.
ESTRUTURA
Na visão de Flávia, a parceria com a Faculdade Anhanguera, para uso do prédio, foi a melhor opção para o atual cenário. Porque não seria possível ter uma estrutura dessas à disposição em pouco tempo. Para mantê-la, a prefeitura vai pagar R$ 81 mil mensais, revela a secretária. No entanto, deixará de pagar por despesas como transporte dos alunos para outras escolas afastadas do local de moradia das crianças - algo em torno de R$ 40 mil para o translado de 178 alunos. Também deixará de fazer parte dos custos da prefeitura a compra de vagas para crianças de 4 e 5 anos, que estudavam em escolas privadas no Rizzo, cuja mensalidade era de R$ 500 a R$ 800.
- O prédio está totalmente equipado, tem PPCI, acessibilidade, alvará da vigilância sanitária, instalações modernas e adequadas para receber as crianças. Além de sistema de monitoramento. Poderemos utilizar as salas de aula completas, biblioteca, laboratório de informática, área coberta, auditório, cozinha, refeitório e salas de apoio. Uma grande e moderna estrutura que seria inviável a prefeitura construir neste momento - lista Flávia Vergani.
UM DESAFIO PARA A DIRETORA
Rosemeri diz que ainda está eufórica com o desafio porque a nova Escola Desvio Rizzo já nasce como uma das maiores da cidade. No momento, mesmo sem aulas presenciais, ela diz que os professores, de um modo geral andam bastante atarefados, com mais demandas. Por isso, será fundamental iniciar o planejamento pedagógico antes da retomada das aulas, seja de maneira remota ou presencial.
- Temos uma estrutura física montada, mas a parte fundamental é a pedagógica. Temos de planejar como acolher a comunidade escolar. Sei que o desafio é grande, mas também acredito na diferença que posso fazer. Ainda mais porque foi uma grande luta, mas que precisa agora ser efetivada com qualidade.
A secretária Flávia Vergani diz que ainda não há definição de retorno das aulas presenciais, mas a escola estará funcionando já em setembro. Além do planejamento, serão feitas as matrículas e as transferências dos alunos.