O adiamento da definição de um cronograma de volta às aulas no Estado têm sido motivo de apreensão para escolas particulares da região. A suspensão prolongada, de acordo com representações do setor, têm causado problemas financeiros que podem levar muitos educandários a fecharem as portas. Diante das incertezas, em Garibaldi as escolas particulares de Educação Infantil decidiram buscar auxílio junto ao Poder Público Municipal nesta sexta-feira (28).
Por meio de uma carta, assinada por sete das 10 escolas da cidade, os representantes pedem ao prefeito Antonio Cettolin uma solução econômica para a garantia da atuação das escolas. "Se permanecerem sem recursos, como estão no momento, as escolas não poderão retomar as suas atividades, ou seja, não poderão prestar seu serviço fundamental no Município", apelam, via documento.
Conforme o texto, em Garibaldi, dentre as crianças matriculadas hoje na rede particular, pelo menos 150 têm contrato via prefeitura em função das vagas inexistentes na rede municipal. Com as aulas suspensas, o município segue pagando o equivalente a 30% das vagas ocupadas.
No pedido de auxílio entregue nesta sexta-feira, os representantes das creches argumentam que "não existirão escolas suficientes para atender nem essas crianças, nem tampouco as que já são naturalmente absorvidas pela rede privada. No futuro, o ato poderá ser julgado como irresponsável e acarretar responsabilização dos gestores municipais na esfera administrativa ou judicial."
O prefeito Cettolin reiterou que defende a ideia de que as escolas, com uma posição coletiva e regional, voltem a trabalhar.
— Entendo que, se isto não acontecer, o setor vai quebrar. E será ruim inclusive para o setor público — afirmou.
Cettolin diz compreender a dificuldade das escolas neste momento, lembrou que o repasse de 30% continua sendo realizado, mas não sinalizou nenhum outro tipo auxílio a ser concedido por meio da municipalidade.
— Sozinho, não tenho como agir. Dependo da Amesne como um todo para tomarmos uma posição em conjunto, pois se assumirmos uma posição contra ao que determina o Governo do Estado podemos ser penalizados, assim como aconteceu em outras situações, em que alguns municípios tomaram posições individualmente e o prefeito passou a responder por isso — declarou Cettolin.
Definição pode ocorrer na terça-feira
Em uma busca pelo equilíbrio entre a situação financeira e a saúde da população em meio à pandemia, o governo gaúcho segue em tratativas a respeito da retomada do ensino presencial, com encontro envolvendo a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e outras representações, marcado para a próxima terça-feira (1°).
A volta às aulas presenciais em escolas de todo o Rio Grande do Sul havia sido anunciada para 31 de agosto e, após adiamento, ainda não tem previsão de nova data.
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