Na tarde deste sábado (18), de cinco mercados de diferentes bairros de Caxias do Sul visitados pela reportagem apenas um cumpria de fato a regra que determina que somente uma pessoa da mesma família ingresse no estabelecimento. A norma também proíbe a entrada de grupos. Entre 14h e 16h, o Pioneiro percorreu mercados e sacolões nos bairros Desvio Rizzo, Charqueadas, Pioneiro e São José.
A proprietária de um sacolão no bairro Desvio Rizzo, Marinalva de Oliveira, diz que um segurança faz o papel de alertar os consumidores na porta, mas, no início da tarde, ele não havia chegado e os clientes aproveitaram:
– Normalmente, quando barram a gente para, mas, hoje (sábado), como ninguém barrou, a gente entrou – comentou Luciana Rodrigues, 27 anos que estava com o marido.
Mas, a dona do mercado diz que, em geral, o público já sabe da medida:
– O segurança está orientado a dizer que não pode entrar família. Eles (clientes) mesmo já sabem, daí, eles já ficam lá fora. Mas quando o segurança não está ali as vezes se passam e entram.
Algumas pessoas alegam que foram juntos ao mercado mas são de casas diferentes.
Em um supermercado, no bairro Charqueadas, a representante do local que estava na porta disse que nem sempre é fácil fazer com que as pessoas respeitem as regras. Segundo ela, muitos hostilizam os funcionários e é preciso pensar na segurança.
– As pessoas se recusam. É complicado até o uso de máscaras – disse a mulher que não será identificada para evitar represálias.
Em outro estabelecimento do bairro, um sacolão, casais também foram vistos entrando juntos.
Já no bairro Pioneiro, quem for ao supermercado Rossetti será recebido pelo senhor Volmir Suptitz, 52. Na porta, ele foi o único que a reportagem presenciou impedindo que mais de uma pessoa por família entrasse no estabelecimento.
– Estamos liberando um só e evitando o máximo que crianças entrem. Aqui, a maioria das pessoas são conhecidas e já sabem como funciona. Alguns até tentam entrar, mas a gente vai conversando e eles aceitando – contou o funcionário que trabalha há 18 anos do local.
Seguindo a orientação do senhor Volmir, o metalúrgico Anderson Padilha, 38, esperou do lado de fora do mercado a esposa Renata, 38, fazer as compras. Mas, ele não se incomodou com isso. Ao contrário:
– Acho que é correto. O pessoal tem que se conscientizar. Para mim é bem tranquilo. Acho que tem que ser assim.
No bairro São José, um mercado cumpria todas as regras de higiene, de marcação de distanciamento dentro da loja e de controle de entrada em função da capacidade do lugar, mas não evitava que casais e pais e filhos ingressassem, por exemplo.