A família proprietária do imóvel atingido por um deslizamento de terra no fim da tarde desta terça-feira (7), no bairro Mariani, em Caxias do Sul, convivia há nove anos com o risco de queda da encosta. Esse é o tempo em que Fátima Correa Gaio, 45 anos, comprou o terreno e construiu a casa na Rua Adelaide da Silva. A dona de casa era sogra de Geisson Maximovitz, 35 anos, que morreu soterrado ao ser atingido por uma pedra.
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A via, a única não pavimentada do entorno, fica entre a encosta e o vale do Arroio Tega. Na parte mais baixa, junto ao córrego, fica o bairro Reolon. Antes de morar no endereço, Fátima vivia no loteamento Rosário II, no bairro Charqueadas. Para sair do aluguel, comprou a área no Mariani na esperança de que o poder público eliminasse o risco de queda da encosta. No ponto havia a pedra de grande porte que se desprendeu com a chuva desta terça.
— Caía terrinha, era pouco, mas já assustava porque tínhamos que ficar ali. Fazia tempo (que a pedra ameaçava cair). Já tínhamos ido atrás para tirar, mas ninguém dá atendimento para a gente. Demorou nove anos para acreditarem que as pedras estavam desmoronando. De noite, quando chovia, eu quase não dormia, estava sempre preocupada — revela.
Maximovitz e a esposa, Maeli Cristina Gaio, 30, estavam em uma peça nos fundos da casa de Fátima, que foi construída há cinco anos e adaptada recentemente para moradia. O casal morava no bairro Cidade Nova, mas se mudou para o Mariani há cerca de quatro meses.
Outra casa ao lado também pertence a familiares de Fátima. Ao todo, nos três imóveis, que foram interditados pela Defesa Civil, viviam 17 pessoas da mesma família. Moradores de uma outra casa, de alvenaria, junto às demais, também tiveram que sair.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Caxias, Alexandre Bortoluz, a área oferece risco por ser rodeadas de enconstas e ter sido ocupada irregularmente. O perigo acaba se agravando quando em períodos de chuva e vento como agora.
— A área é de médio a alto risco, tanto que aconteceu o que aconteceu. A pedra era muito grande. Nem o rompedor que temos no município conseguiu quebrar — observa Bortoluz.
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