Cerca de um ano depois de ter sido normalizado o fornecimento de asfalto no Estado, o pior trecho em termos de conservação da malha rodoviária estadual na região segue recebendo apenas tapa-buracos. Os 10 quilômetros da RS-122, entre o bairro Santa Fé e o viaduto torto, em Caxias, tem sobreposição de remendos, ondulações e falta de sinalização na pista. O percurso é um verdadeiro desafio para os motoristas, que utilizam a rodovia como ligação entre o município e a cidade vizinha, Farroupilha. Além disso, a via tem fluxo intenso de caminhões o que danifica ainda mais o pavimento.
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Diferente de períodos anteriores, na manhã de ontem não foram encontradas crateras nas pistas, mas isso não a torna menos perigosa: há buracos em alguns pontos, desgaste no asfalto por longos trechos, e grandes borrachudos (ondulações) em diversos lugares, faltam placas e a marcação no pavimento é extremamente precária.
Em julho do ano passado, a Secretaria de Logística e Transportes do Estado disse que essa rodovia, assim como a RS-453, entre Farroupilha e Garibaldi, passando por Bento Gonçalves, só seriam contempladas com melhorias se houvesse disponibilidade de recursos, após a conclusão dos trechos prioritários que estavam sendo feitos naquela época. Ainda segundo a secretaria, seria feita uma nova análise para alocação dos valores liberados pelo governo estadual em trechos de difícil tráfego. O problema é que 11 meses depois isso ainda não aconteceu. No final de 2019, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) já tinha o diagnóstico dessa rodovia de que tapa-buracos não resolvem mais e que são necessários reparos profundos, com retirada do asfalto, colocação de nova base, repavimentação.
A reportagem percorreu outras rodovias da região para verificar as condições de trafegabilidade. O trecho da RS-122, entre Farroupilha e São Vendelino, está razoável. A rodovia tem pontos de desgaste, mas é possível ver que recebeu reparos recentemente. A RS-446, entre São Vendelino e Carlos Barbosa, que já amargou períodos de buraqueira, nesta quarta, apresentava boas condições. A exceção é um ponto crítico no acesso à Estrada Felix Benjamin Gedoz. Já a RS-453, entre Garibaldi e Farroupilha, mantém os mesmos problemas recorrentes: pavimento deteriorado, falta de sinalização horizontal e vertical.
Questionado sobre a conservação das rodovias, até a publicação desta reportagem, o Daer não havia retornado.
A situação em alguns trechos de rodovias estaduais da região:
RS-122, entre o bairro Santa Fé e o viaduto torto (Caxias)
:: São cerca de 10 quilômetros em péssimas condições de trafegabilidade. Na altura do Km 79, há ondulações na pista, sinalização horizontal apagada, remendos no asfalto, assim como na maioria do trajeto. Outro ponto crítico é no Km 76, na rotatória de Monte Bérico, onde ocorrem os mesmos problemas. E, logo à frente, no sentido Caxias-Farroupilha, há buracos na pista. Um segundo ponto crítico é Km 71, junto a um posto de combustíveis. Muitos buracos foram tapados, mas existem outros abertos e uma sequência de remendos.
RS-122, entre viaduto torto e Farroupilha
:: Na manhã desta quarta-feira (24) uma equipe da Encopav, empresa que detém contrato de conservação das rodovias estaduais na Serra, estava fazendo tapa-buracos no trecho, no sentido Caxias-Farroupilha.
:: Por volta das 10h, ainda tinha buracos na altura do Km 65, em Forqueta, no Km 62, e em frente à Tramontina, no Km 60.
RS-122, entre Farroupilha e São Vendelino
:: As condições de trafegabilidade estão boas. Há trechos onde o asfalto está deteriorado no começo da descida da serra e outros em que foram feitos reparos.
:: Maior problema é o afunilamento causado pela queda da encosta em novembro do ano passado. Grandes rochas ainda ocupam uma das pistas no sentido São Vendelino-Farroupilha, na altura do Km 43.
RS-446, entre São Vendelino e Carlos Barbosa
:: Assim que se acessa a rodovia saindo da RS-122, há um trecho com buracos na pista, no Km 0, no sentido de quem segue para Carlos Barbosa.
:: Outro ponto crítico é no trecho onde está o acesso à Estrada Felix Benjamin Gedoz. O asfalto está deteriorado e com sobreposição de remendos nas pistas de ambos os sentidos.
RS-453, entre o trevo da Telasul, em Garibaldi, e Farroupilha
:: Essa é uma rodovia que também não recebe serviço de recuperação profunda há muito tempo. A maior parte dos cerca de 30 quilômetros está com asfalto deteriorado, remendos e sinalização apagada.
:: Um dos pontos mais críticos segue sendo no Km 107, na localidade de Barracão, acesso a RS-444, que leva à área urbana de Bento Gonçalves. Além dos problemas já citados, há buracos no sentido Bento Gonçalves-Garibaldi.