Com a massificação do uso de celulares, os conhecidos "orelhões" restaram no esquecimento em meio aos espaços públicos das cidades. No entanto, o abandono das empresas responsáveis faz com que as estruturas sigam nos locais mesmo depredadas e, em muitos casos, sem o próprio telefone instalado em Caxias do Sul. É comum visualizar apenas antigos equipamentos de ferro daquilo que um dia já foi ponto de comunicação da maioria da população nos tempos de fichas e cartões telefônicos que valiam ligações.
Com a nova lei municipal, proposta pelo vereador Adiló Didomenico (PSDB) e aprovada na Câmara, caso as empresas não quiserem retirar os orelhões, poderão optar por fazer a manutenção e deixar o telefone em total funcionamento para a população. Mas se não realizarem nenhuma das alternativas depois de 30 dias da notificação, a multa desembolsada será de R$ 13.796,00, que equivale 400 Valores de Referência Municipal. Cada VRM custa R$ 34,49.
— Acaba sendo mais barato para a empresa consertar ou retirar do que pagar a multa. Há poluição visual, além de que pode atrapalhar o pedestre — diz o secretário de Urbanismo, João Uez.
A lei prevê que os orelhões instalados no passeio público, praças e parques devam ser sinalizados com piso tátil, conforme a regra de acessibilidade em vigor.
Não há números atualizados de quantos telefones públicos ainda existem em Caxias. No ano passado, a reportagem conferiu a situação e constatou que de outubro de 2018 a agosto de 2019, houve redução de mais de 1,4 mil telefones públicos no município, restando cerca de 260. Já no ano passado, os poucos telefones públicos que sobreviveram na área central de Caxias, não estavam apenas mudo, mas sujos e depredados, com fios amarrados, sem partes do fone ou totalmente destruídos.
A secretaria de Urbanismo fará vistorias, mas o cidadão também poderá informar onde há telefones depredados e em desuso por meio do número 156.